Carbono Uomo - Edição 13 (2019)

(Antfer) #1

igualmente vibrantes: Naïve, que “trans-


morfa” humanos com o uso de animais


e plantas; Sans Tache, que olha para o


corpo como matéria perecível; e as ir-


mãs I Am Online e I Am Light, que tratam,


respectivamente, de máscaras sociais e


de suas libertações. “Acho que consegui


chegar a um resultado final que não fos-


se apenas uma imagem encantadora, e


sim uma história muito forte.”


As obras de Wickbold começaram

a chamar a atenção de colecionadores,


e foi nesse momento que a veia empre-


sarial da família falou mais alto. Logo


o estúdio se tornou galeria para exibir


(e negociar) não somente seus próprios


trabalhos, como também de outros ar-


tistas que dividiam um pensamento em


comum: “Todos os trabalhos que busco


e de que gosto são aqueles que têm a


experimentação no DNA, que procu-


ram entender o que será a fotografia


nos próximos 20 anos, a partir do ad-


vento 100% digital no trabalho”, diz.


“Hoje, a maioria dos artistas que esta-
mos curando encontrou alguma forma
de reler a fotografia contemporânea. As
ferramentas digitais atreladas à fotogra-
fia trazem essa assinatura do novo fo-
tógrafo, do novo artista nesse universo.”
O time representado pela Gabriel
Wickbold Studio & Gallery é estelar:
“A americana Christy Lee Rogers aca-
bou de ganhar o Sony Awards. A hún-
gara Flóra Borsi acabou de assinar a
campanha mundial do Photoshop. O
Jason Peterson tem uma agência que
faz toda a comunicação do Kanye
West. O holandês Marcel van Luit está
abrindo portas no mundo todo, acabou
de exibir na China. Estamos cativando
artistas com boas histórias”.
Somando os ganhos dos seus pró-
prios quadros – cada um custa hoje, em
média, R$ 35 mil –, com os dos artistas
representados, Gabriel fatura hoje meio
milhão de reais por mês, que ele vem
reinvestindo a fim de crescer ainda mais.

“Sucesso é uma coisa intangível. Estou
sempre buscando mais, o novo desafio,
o próximo frio na barriga, a nova ex-
posição e o novo trabalho.” Neste ano,
lança seu primeiro documentário, What’s
Next?, que aborda a temática do sonhar.
“Acho que o limite está dentro da minha
cabeça, é de pensar quais serão os
próximos passos no plano da realidade
para chegar àquele lugar. Todo sonho
pode ser atingido, mas ele precisa da re-
alização de trabalho físico, duro e real.”
Planos reais e imaginários conti-
nuam nos sonhos de Gabriel. Em se-
tembro, ele estreia no mundo árabe
durante a feira Xposure, que acontece
na cidade de Sharjah, nos Emirados
Árabes Unidos. Em dezembro, seu re-
torno para a Art Basel, em Miami, já
está confirmado, e uma passagem por
Nova York está em negociação. “O
mundo é muito grande, cada lugar a
que vou é um universo diferente e traz
uma lição nova”, conclui.
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