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ATLÂNTICO LESTE
A
região hidrográfica cobre a
área correspondente a 3,9%
do Brasil, compreendendo 491
municípios de quatro estados:
Bahia, Minas Gerais, Sergipe e
Espírito Santo. É composta por um
conjunto de bacias hidrográficas
costeiras (que seguem para
o litoral) e está dividida em 8
unidades hidrográficas.
A população total é de cerca de
15 milhões de pessoas, de acordo
com dados do Censo 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Os habitantes
das áreas urbanas representam
75% do total, com destaque para
as regiões metropolitanas de
Salvador e Aracaju. A densidade
demográfica é aproximadamente
duas vezes maior que a média
nacional. A vazão corresponde a
0,8% da média brasileira.
Uma parcela considerável da região
hidrográfica Atlântico Leste situa-se
no semiárido nordestino, marcado
por períodos críticos de estiagens,
resultado do baixo índice de
chuvas e condições que permitem
altas taxas de evaporação.
As demandas mais elevadas de
água são para irrigação (47%)
e abastecimento urbano (31%).
A retirada para o uso industrial
corresponde a 10%. Para consumo
animal, 8%. O fornecimento para a
população rural chegou a 4%. Assim,
a demanda total na área equivale a
cerca de 5% do gasto nacional.
A região possui 51% da extensão
dos principais rios em situação
satisfatória. A outra metade dos
recursos, no entanto, apresenta
algum grau crítico e exige atenção
dos gestores para a reversão do
quadro. A localização dos principais
trechos de rios com situação crítica
coincide com as regiões abrangidas
pelo semiárido e onde estão os rios
que secam temporariamente.
Em relação ao saneamento básico,
de acordo com o Ministério das
Cidades, a cobertura da população
urbana atendida pela rede coletora
de esgotos é de 46%, menor que a
média brasileira (58%). Do volume
total de esgoto gerado na região
hidrográfica, 53% são tratados.
No ano de 2013, a Atlântico
Leste apresentou maior número
de municípios nos quais
foram reconhecidos situação
de emergência ou estado de
calamidade pública, em razão das
secas (58% dos municípios) ou das
chuvas intensas (4% das cidades).
A região hidrográfica apresenta
a segunda menor disponibilidade
hídrica entre as 12 divisões
nacionais (fica à frente apenas da
Atlântico Nordeste Oriental). Isso
ocorre por causa da vazão menor
dos rios e da grande quantidade de
cursos d’água intermitentes.
Especialistas do setor avaliam que
a oferta natural do recurso não é
suficiente para o atendimento da
demanda atual, o que pode ser um
indicativo de disputas futuras pelo
uso de água. Ü
Vista da Baía de Todos os
Santos, em Salvador, Bahia