Mundo em Foco Extra - Água (2019-07)

(Antfer) #1

CAPÍTULO 04 SUSTENTABILIDADE


Projeções indicam que, em todo
o planeta, um bilhão de pessoas
não contam com abastecimento
de água suficiente, definido pela
ONU como o acesso a 20 litros diá­
rios no raio de até um quilômetro.
Desse modo, da população mun­
dial de pouco mais de 7 bilhões,
quase 15% sofrem com algum tipo
de escassez hídrica. Em razão des­
se panorama, vários desafios estão
diante dos governantes e da socie­
dade civil do século 21, entre eles,
a desertificação, o saneamento bá­
sico e a desnutrição.

POÇOS


ARTESIANOS
Ilustração da perfuração
de um poço artesiano
em Grenelle, em Paris,
publicada por um jornal
francês em 1873

U


ma das alternativas para reduzir
o consumo do recurso dos re-
servatórios são os poços artesianos,
perfurados para captação no subso-
lo. Existem dois tipos: artesianos e
semiartesianos. No primeiro modelo,
a água jorra espontaneamente.

Já nos poços semiartesianos, é
preciso usar bombas para trazer a
água ao solo. A determinação do tipo
de aparelho para sucção depende da
profundidade e vazão. O dimensio­

namento deve ser feito por um pro­
fissional capaz de analisar as infor­
mações disponíveis sobre o terreno.

Em 2014, a Associação Brasilei­
ra de Águas Subterrâneas estima­
va que pelo menos 85% dos poços
artesianos existentes no país eram
clandestinos. As projeções indica­
vam a existência de 100 mil estru­
turas do tipo – 8 mil das quais no es­
tado de São Paulo. No ano de 2013,

o território paulista tinha quase 18
mil poços cadastrados, sendo 30%
para uso doméstico ou industrial (e
11% para o abastecimento público).

Em geral, a água extraída pode
ser consumida sem problemas. Re­
comenda­se uma análise para ve­
rificar se o líquido é potável, pois o
recurso subterrâneo possui caracte­
rísticas químicas das rochas que ele
atravessa. O perfil de qualidade deve
atender às exigências legais de con­
sumo pelo ser humano nos aspectos
bacteriológico, químico e físico.

O custo de implantação de um
poço artesiano é definido a partir
da geologia do local e da vazão a
ser explorada. O preço médio para
a instalação varia entre R$ 400 e
R$ 700. Para isso, é necessário ter
autorização dos órgãos responsá­
veis – em São Paulo, por exemplo,
o Departamento de Águas e Energia
Elétrica analisa os pedidos. A perfu­
ração só pode ocorrer após publica­
ção da licença no Diário Oficial, que
pode levar até 5 meses.

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