Mundo em Foco Extra - Água (2019-07)

(Antfer) #1
do de Dom Pedro II, no município
mineiro de Diamantina, usando as
águas do Ribeirão do Inferno, afluen­
te do rio Jequitinhonha, com linha
de transmissão de dois quilômetros.

De acordo com levantamentos da
IEA (em português, “Agência Interna­
cional de Energia”), a oferta de ener­
gia hidrelétrica aumentou em apenas
dois locais do mundo nas últimas
três décadas: na Ásia (em especial,
na China), e na América Latina, por
causa do Brasil. No mesmo período,
os países considerados desenvolvidos
já tinham explorado o potencial na
área, fazendo com que o volume pro­
duzido registrasse evolução inferior
ao de outras fontes, como gás natural
e as usinas nucleares.

Nesse sentido, ganham desta­
que as taxas de aproveitamento da
França, Alemanha, Japão, Noruega,
Estados Unidos e Suécia, em con­
traste com as baixas taxas obser­
vadas em países da África, Ásia e
América do Sul. No Brasil o aprovei­
tamento do potencial hidráulico é
de cerca de 30%.

As principais variáveis na clas­
sificação de uma usina hidrelétrica
são a altura da queda d’água, vazão,
potência instalada, turbina, localiza­
ção, tipo de barragem e reservatório.
A potência instalada determina se a
usina é de grande ou médio porte ou
se representa uma Pequena Central
Hidrelétrica. O porte usina também
estabelece as dimensões da rede de
transmissão necessária para levar a
energia até as regiões de consumo.

Quanto maior o empreendimento,
mais distante tende a estar dos gran­
des centros. Assim, exige a construção
de linhas de transmissão em tensões
alta e extra­alta que, por vezes, atra­
vessam várias unidades da Federação.

Décadas atrás, o parque hidrelé­
trico nacional chegou a representar
90% da capacidade instalada. Entre
os fatores para a redução do índi­
ce estão a necessidade da diversi­
ficação da matriz elétrica (prevista
no planejamento do setor elétri­
co, para aumentar a segurança do
abastecimento), a dificuldade em
construir estações e o aumento de
entraves jurídicos que adiam o li­
cenciamento ambiental de usinas
de fonte hídrica.

As bacias do Amazonas e do To­
cantins­Araguaia detêm 70% do po­
tencial hidrelétrico do Brasil (nesse
quesito, o país é líder no mundo). No
entanto, essa característica foi pou­
co explorada no desenvolvimento
do ramo. A primeira hidrelétrica de
maior porte começou a ser constru­
ída no Nordeste (a de Paulo Afonso
I), pela Companhia Hidrelétrica do
São Francisco (Chesf, estatal consti­
tuída em 1948).

As outras estações, erguidas
ao longo dos 60 anos seguintes,
localizam­se nas regiões Sul, Su­
deste e Nordeste. No Norte, foram
construídas Tucuruí, no Pará, e
Balbina, no Amazonas. Contudo,
a região começou a ser explorada
com maior intensidade somente
nos anos 1990, após a efetivação
da Usina Serra da Mesa, em Goiás,
no Rio Tocantins.

Segundo o balanço da Agência
Internacional de Energia, os dez pa­
íses mais dependentes dos recursos
hídricos para geração de eletrici­
dade, em 2006, pela ordem, eram:
Noruega, Brasil, Venezuela, Canadá,
Suécia, Rússia, Índia, China, Japão e
Estados Unidos. Os mesmos países
integravam, naquele ano, a relação
dos maiores produtores, com varia­
ções sutis. Ü

n Shutterstock

Representação da cadeia de
abastecimento de energia a
partir das usinas hidrelétricas

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