Revista - Especial de Natal VI

(Anita Santana) #1

No final da Segunda
Guerra, havia
treinamentos de
blackout, que deixavam
o bairro de Copacabana
às escuras, preparando-
se para imaginários
ataques dos inimigos.
Luz del Fuego anotava
suas experiências
pessoais em um diário.
Em 1947, por sugestão
do palhaço Cascudo,
começou a adotar o
nome artístico de "Luz
del Fuego", nome de um
batom argentino recém
lançado no mercado.
Conforme Cascudo,
"nome atraía público". A
imagem do "fogo"
representava bem a nova
opção de vida da
dançarina. Luz já havia
salvado vários circos da
falência com seus
espetáculos, quando foi
contratada pela primeira
vez pelo casal Juan
Daniel e Mary Daniel,
donos do Follies, um
pequeno teatro em
Copacabana. Suas falas,
que ela nunca decorava,
ficaram sob a
responsabilidade de um


jovem membro da
família que, aos doze
anos, ingressava na
carreira artística: Daniel
Filho.

O espetáculo "Mulher de
Todo Mundo" fez muito
sucesso. As notas na
imprensa começaram a
aparecer e as atividades
de Luz causavam
incômodo à família.
Attilio havia sido eleito
senador e, ter uma irmã
dançarina era um prato
cheio para os
adversários. Não
bastasse isso, Luz
resolveu publicar seu
diário com o título de
"Trágico Black-Out".

Eram trechos
comprometedores, como
a sedução pelo cunhado,
e fatos que aludiam a
uma prostituição
assumida. O senador
conseguiu comprar mais
da metade da edição,
(mil exemplares) e
colocar fogo nos
volumes.
Na orelha da capa do
livro, Luz anunciava um
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