Prato Sujo - Como a indústria manipula os alimentos para viciar você! ( PDFDrive )

(Ruy Abreu) #1

PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA, ESTOU DIANTE DE uma flor de
abobrinha. Não sabia que ela era tão linda. Parece um copo grande e todo
trabalhado no degradê, com a base verde-claro e as pontas amarelo-ouro. Não é
comum pensar que um legume que a gente come em cubinhos refogados com
temperos se desenvolva embaixo de uma flor quase do tamanho dele. E que essa
flor pode ser comida e é deliciosa. Fomos apresentadas, eu e a flor de abobrinha,
no dia em que visitei o polo produtivo da Korin, em um terreno de 171 hectares
em Ipeúna, no interior de São Paulo. Trata-se de uma empresa especializada em
alimentos orgânicos.
A agricultura orgânica é basicamente uma filosofia. Começou em 1940,
quando o botânico inglês Albert Howard (1873-1947) sugeriu que as lavouras
deveriam ser tratadas como florestas, como “organismos” capazes de se sustentar
sem a química.
Na agricultura orgânica, então, os fertilizantes de laboratório cedem lugar a
adubos como esterco e restos de vegetação. Os dois são fontes naturais daqueles
nutrientes básicos, só que bem menos concentrados que os fertilizantes químicos
– por isso a agricultura orgânica não produz vegetais tão grandes quanto os da
convencional.


No lugar dos pesticidas sintéticos, entram seres vivos – vespas para combater
insetos comedores de cana, joaninhas contra pulgões de hortaliças, e por aí vai.
Mais: a rotação de culturas também serve como “pesticida”. Se você reveza uma
plantação de milho com uma de legumes, por exemplo, não deixa nem as pragas
que gostam de milho nem as chegadas em legumes dominarem a lavoura.

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