Prato Sujo - Como a indústria manipula os alimentos para viciar você! ( PDFDrive )

(Ruy Abreu) #1

OS ANIMAIS QUE COMEMOS SÃO CRIAS DE grandes laboratórios rurais –
ou aquáticos. O salmão é um exemplo. Na natureza, ele é branco e vai ganhando
a cor rosada porque come camarão, que por sua vez come um tipo de alga que
contém um pigmento rosado chamado astaxantina. Só que quase 100% desse
peixe vendido no Brasil vêm de cativeiros e recebem astaxantina “na veia”.
Bom, não na veia, mas misturado à ração. Seja como for, é como se pintássemos
os salmões para eles parecerem mais apetitosos. Uma linha de montagem,
basicamente.
Outros animais crescem e engordam à base de ração com aditivos, hormônios
e anabolizantes. Anabolizantes fazem as células, principalmente dos músculos,
reterem mais nutrientes, crescerem e se multiplicarem rapidamente. Traduzindo:
mais carne em menos tempo. O uso no Brasil é, em tese, proibido. “Em tese”,
porque os aditivos podem ser usados nos animais para fins terapêuticos, como
sincronizar o cio das vacas ou tratar alguma doença.
O que é permitido por aqui e em vários países é o uso do hormônio do
crescimento nas vacas leiteiras. Produzido naturalmente pelo corpo dos animais
(e dos humanos), a substância foi sintetizada em laboratório e começou a ser
fabricada em larga escala a partir de 1980. As vacas que recebem o hormônio
chegam a produzir 20% mais leite, o que é bom para quem ganha dinheiro com a
prática. Para o consumidor, há dúvidas sobre o efeito disso na saúde. Estudos
europeus apontam que esse hormônio pode causar alergias e até câncer em quem
bebe o leite, então seu uso é proibido por lá.


Em  2007,   o   Ministério  Público do  Pará    entrou  com uma ação    contra  o   uso da
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