(2015) Aventuras na História 143 - O homem que derrotou Napoleão

(castelo) #1
outorgou aos nobres ingleses no dia
15 de junho de 1215, no qual se com-
prometia a respeitar os poderes e
privilégios da nobreza e a não deter-
minar a morte ou a prisão dos no-
bres nem o confisco de seus bens
enquanto eles não fossem julgados
por “seus iguais”.
Até o século XIII, a sociedade
estava regida pelo sistema feudal,
em que os barões do reino adminis-
travam seus “feudos” política, eco-
nômica e judicialmente por meio de
um contrato ou juramento de leal-
dade e obediência, pelo qual os so-
beranos e grandes senhores lhes
concediam terras ou rendas em

usufruto, em troca de guardar fide-
lidade, prestar serviço militar e
participar das assembleias políticas
e judiciais que o senhor convocava.
Por sua parte, o rei devia proteger
os seus barões. O sistema degene-
rou, chegando a uma situação de
evidente abuso e extorsão.
João sem Terra havia ascendido
ao trono em 1199, após a morte, du-
rante um cerco na França, de seu
irmão mais velho, Ricardo Coração
de Leão, que não deixou herdeiros.
No começo do seu reinado, João
enfrentou o rei Filipe II da França e
perdeu todos os seus domínios fran-
ceses. Além disso, enfrentou o papa

Inocêncio III, que o excomungou em
1209, após o que se viu obrigado a
governar como vassalo pontifício.
Sua impopularidade aumentou até
entre o povo comum, pois os impos-
tos altíssimos e as represálias contra
os que não pagavam eram cruéis, e
sua administração de justiça havia
se tornado extremamente arbitrária.
Em janeiro de 1215, após um gra-
ve atrito, um grupo de barões exigiu
uma carta de liberdades como ga-
rantia diante da conduta abusiva do
rei. Os barões redigiram um docu-
mento – “Artigos dos Barões” –, que
enviaram ao monarca para que o
sancionasse com o selo real.

introduzidas por Filipe – a tática da
ordem oblíqua –, a excelente organi-
zação e treinamento de suas tropas e
sua excepcional coragem e gênio es-
tratégico. Alexandre foi obtendo su-
cessivas vitórias ao longo da Ásia
Menor e do Oriente Médio (Batalha
de Grânico, 334 a.C.), Síria (Batalha
de Isso, 333 a.C.), Fenícia (cerco de
Tiro, 332 a.C.), Egito e Mesopotâmia
(Gaugamela, 331 a.C.), até tomar as
capitais persas de Susa (331 a.C.) e
Persépolis (330 a.C.). Quando Dario
III, o último imperador aquemênida,
foi assassinado por um de seus sátra-
pas – Bessos – para evitar que se ren-
desse, este continuou enfrentando
Alexandre no leste do Irã.
Uma vez conquistada a capital dos
persas, Alexandre licenciou as tro-
pas gregas que o haviam acompanha-
do e se fez proclamar imperador,
ocupando o lugar dos aquemênidas.
Continuou sua conquista para o les-
te, derrotou e executou Bessos e sub-
meteu a Pártia, a Ária, a Drangiana,

cação monetária, que possibilitou
a criação de um mercado imenso;
impulsionou-se o desenvolvimen-
to comercial com expedições geo-
gráficas e a construção de estradas
e canais de irrigação. Designou-se
o grego como língua comum e
fundaram-se cidades novas no
Egito, na Síria, na Mesopotâmia,
na Sogdiana, na Bactriana, na Ín-
dia e na Carmânia. A morte pre-
coce de Alexandre aos 33 anos,
possivelmente vítima da malária,
o impediu de consolidar seu im-
pério. Desencadearam-se lutas
sucessórias, até que o império foi
dividido entre os diádocos, isto é,
seus generais – Seleuco, Ptolomeu,
Antígono, Lisímaco e Cassandro.
Os Estados resultantes foram os
chamados “reinos helenísticos”,
que durante os séculos seguintes
mantiveram o ideal de Alexandre,
o Grande, de levar a cultura grega
ao Oriente, ao mesmo tempo que
orientalizavam o Mediterrâneo.

a Aracósia, a Bactriana e a Sogdiana.
Dono da Ásia Central e do atual Afe-
ganistão, ele se lançou à conquista da
Índia (327-325 a.C.), concebendo um
projeto de dominação mundial. Em-
bora tenha conquistado a parte oci-
dental da Índia, o motim de suas
esgotadas tropas o fez renunciar ao
propósito de continuar avançando
para o leste.
Com a conquista do Império Persa,
Alexandre descobriu a civilização
oriental, concebendo a ideia de criar
um império universal no qual gregos
e bárbaros, fundidos em suas crenças
e culturas, constituíssem um único
povo. Para isso, integrou um grande
contingente de soldados persas a seu
Exército, organizou, em Susa, um ca-
samento simultâneo de milhares de
macedônios com mulheres persas e
ele próprio se casou com duas prince-
sas orientais: uma nobre da Sogdiana
e uma filha de Dario III.
O primeiro passo para a reorgani-
zação do enorme império foi a unifi-

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