(2015) Aventuras na História 143 - O homem que derrotou Napoleão

(castelo) #1
JUNHO DE
1894

23 CRIAÇÃO DO
COMITÊ OLÍMPICO
INTERNACIONAL

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que mudou a História no site:
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JUNHO DE
1950

24 INAUGURAÇÃO
DO ESTÁDIO
DO MARACANÃ

O ano de 1950 e a década que se se-
guiria foram emblemáticos para a
História brasileira. No campo da
política, a ascensão de Getúlio Var-
gas à Presidência da República acon-
teceu nas eleições de outubro de 1950


  • não mais através de golpe ou de
    algum artifício legal, mas pelo voto
    direto, com expressiva votação de
    48,7% dos votos válidos. Ao som da
    marchinha Retrato do Velho, de Fran-
    cisco Alves, Getúlio caminhou firme
    para a vitória. Os anos 1950 veriam,
    com Getúlio, a criação da Petrobras,
    da Eletrobras, do Fundo Nacional de
    Eletrificação, do Conselho Nacional
    de Pesquisa (CNPq) e do Banco Na-
    cional de Desenvolvimento (BN-
    DES). Tudo ao sabor do corte de fi-
    nanciamentos dos Estados Unidos
    ao desenvolvimento brasileiro.
    Nessa década, o grande veículo de
    comunicação de massas, o rádio, se
    popularizou, bem como o cinema. A
    Rádio Nacional, com suas ondas cur-
    tas, que alcançavam até os EUA,
    apresentava programas de notícias,
    musicais e propagandas. Cantoras
    ícones da música brasileira, como
    Emilinha Borba e Marlene, dividiam
    apaixonadas torcidas sobre qual das
    duas seria a melhor. No cinema, as


chanchadas dominaram o gosto po-
pular, com filmes produzidos pela
Atlântida, no Rio de Janeiro, e a Vera
Cruz, em São Paulo.
Milhões de brasileiros corriam às
salas para assistir Grande Otelo, Os-
carito e Derci Gonçalves, para citar
apenas uns dos muitos artistas da
preferência nacional. Mas a grande
paixão brasileira, já desde essa épo-
ca era, sem dúvida, o futebol. O na-
cionalizado “esporte bretão”, prati-
cado desde os campinhos de várzea
até os grandes estádios, dividia opi-
niões dos brasileiros em debates in-
findáveis sobre a qualidade de times
e jogadores, o resultado de partidas
e campeonatos.
Contudo, nos anos 1950, os brasi-
leiros veriam pela primeira vez em
seu país a realização da suprema
competição do futebol: a Copa do
Mundo. Cancelados os campeonatos
de 1942 e 1946, devido à eclosão da
Segunda Guerra Mundial, surgiu até
a dificuldade em escolher um local
para a realização do certame inter-
nacional. Na Europa, devastada pela
guerra, a oferta do Brasil foi aceita
e, em 1950, a Copa se realizaria aqui.
Os estádios escolhidos para os jogos
foram: em Belo Horizonte, o Estádio
Raimundo Sampaio; em Curitiba, o
Durival Britto e Silva; em Porto Ale-
gre, o Estádio dos Eucaliptos; no
Recife, o Estádio Adelmar da Costa
Carvalho; em São Paulo, o Pacaem-
bu; no Rio de Janeiro, capital da na-
ção, o Estádio Jornalista Mário Fi-
lho, mais conhecido pelo nome de
Maracanã, o qual foi especialmente
construído para sediar os jogos da
Copa de 1950.
Em pleno mundo do pós-guerra,
o Brasil ainda rural apresentava sua
modernidade, com a criação de gran-
des empresas estatais, a busca de sua

industrialização, e se tornaria vitrine
para o mundo, por meio do maior
evento esportivo do planeta. De tra-
dição no esporte da bola, o Brasil
entrava como favorito a vencer a copa
e mostrara-se à altura das expectati-
vas, já que não perdera nenhuma
partida do quadrangular final do
torneio – antes da última.
Nessa fase, humilhou a Suécia no
dia 9 de julho, com um placar de 7 a


  1. No dia 13, novo massacre, dessa
    vez sobre a Espanha, com um retum-
    bante 6 a 1. Esses jogos foram dispu-
    tados no estádio que se tornara o
    coração do campeonato, na capital
    do Brasil: o Maracanã. Antes, a se-
    leção brasileira já havia empatado
    com a Suíça em 2 a 2 e vencido a Iu-
    goslávia por 2 a 0.
    O jogo final do quadrangular e do
    Mundial foi disputado num Maraca-
    nã lotado por quase 200 mil pessoas,
    com evidente maioria de brasileiros
    já confiantes em que a Taça Jules Ri-
    met seria verde e amarela, já que, na
    pior das hipóteses, o empate garantia
    o título. Perder não estava na lista de
    possibilidades, face à vitoriosa cam-
    panha promovida pelo scretch nacio-
    nal. O sonho brasileiro acabou aos 34
    minutos do segundo tempo, quando
    Ghiggia desempatou o jogo, que cor-
    ria em um nervoso 1 a 1, em favor da
    seleção do Uruguai, que se sagrou
    campeã da Copa do Mundo de 1950.
    Desabava o sonho que começara na
    inauguração do estádio, em 24 de ju-
    nho, ali mesmo, no Maracanã, com a
    vitória de 4 a 0 da seleção brasileira
    sobre a seleção do México, com dois
    gols de Ademir, um de Jair e um de
    Baltasar, e agora esvanecia-se dissol-
    vido nas lágrimas de milhões de bra-
    sileiros, naquela fatídica tarde de 16
    de julho de 1950.


AGENDA


48 | AVENTURAS NA HISTÓRIA

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