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enascimento, final do século 15. Em Mi-
lão, o artista, cientista e engenheiro Le-
onardo da Vinci desenhava partes da
cidade que desejava construir. A “utopia urbanís-
tica” era tema central de debates. Ricas famílias
comandavam as cidades-estado independentes
que eram a Itália. Enquanto a cidade ideal seria
aquela que celebrasse o governo do príncipe, a
cidade real era onde reinava o insalubre. A popu-
lação, para a época, era enorme. Em Milão, eramquase 100 mil pessoas. A maioria, pobres. Nas
ruas estreitas e escuras, o lixo se espalhava. Não
havia encanamento e a água era contaminada. O
resultado não poderia ser diferente: as pestes
mataram milhares de pessoas. Da Vinci não che-
gou a conceber um modelo pronto e acabado da
“cidade-solução”, mas seus desenhos foram reu-
nidos e resultaram, em 1956, no modelo que você
confere agora e é exibido no Museu da Ciência e
da Tecnologia Leonardo da Vinci, em Milão.EMPREGADOS
O andar de baixo seria
para os empregados,
a exemplo da cozinha
e do armazém.ESCOAMENTO
A estrutura da cidade
conectaria as elevações
e os canais como forma
de evitar as enxurradas
dos rios, assim a água
não fi caria concentrada
em lugar nenhum.SERVIÇO
As vias em nível baixo
serviriam para o fl uxo de
mercadorias, pessoas
comuns e animais de carga.
Segundo o estudioso M.C.
Hall, autor do livro Leonardo
da Vinci, os pensadores da
época não levavam muito
em conta os pobres.PRIVILÉGIOS
Os palácios teriam uma
estrutura aristocrática.
No primeiro andar,
viveria a família do
proprietário, cuja entrada
seria pelo andar de cima.ILUSTRAÇÃO HAFAELL
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 29
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