(2016) Aventuras na História 156 - Os soldados de Deus

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A ATA DA INDEPENDÊNCIA


Na benemérita e muito digna cidade
de San Miguel de Tucumán a
nove dias do mês de julho de mil
oitocentos dez e seis, terminada a
sessão ordinária, o Congresso das
Províncias Unidas continuou suas
anteriores discussões sobre o
grande, augusto e sagrado objeto
da independência dos povos que
o formam. Era universal, constante
e decidido o clamor do território
inteiro por sua emancipação solene
do poder despótico dos reis de
Espanha, os representantes no
entanto consagraram a tão árduo
assunto toda a profundidade de seus
talentos, a retitude de suas intenções
e interesse que demanda a sanção
da sorte sua povos representados
e posteridade. A seu termo foram
perguntados se querem que as
províncias da União fossem uma
nação livre e independente dos
reis de Espanha e sua metrópole?
Aclamaram primeiramente cheios
de santo ardor da justiça, e um a
um reiteraram sucessivamente seu
unânime e espontâneo decidido voto

pela independência do país, fixando
em sua virtude a declaração seguinte:
“Nós, os representantes das
Províncias Unidas em Sul América,
reunidos em congresso geral,
invocando ao Eterno que preside o
universo, em nome e pela autoridade
dos povos que representamos,
protestando ao Céu, às nações e
homens todos do planeta a justiça
que regra nossos votos: declaramos
solenemente à face da terra, que é
vontade unânime e indubitável destas
Províncias romper os violentos
vínculos que os uniam aos reis de
Espanha, recuperar os direitos de que
foram despojados, e investir-se do
alto caráter de uma nação livre e
independente do rei Fernando sétimo,
seus sucessores e metrópole. Ficam

em consequência de fato e de direito
com amplo e pleno poder para dar-se
as formas que exija a justiça, e
impere o cúmulo de suas atuais
circunstâncias. Todas e a cada uma
delas assim o publicam, declaram
e ratificam se comprometendo
por nosso meio ao cumprimento e
sustento desta sua vontade, velada
pela segurança e garantia de suas
vidas, bens e fama. Comunique-se
a quem corresponda para sua
publicação. E em obséquio do respeito
que se deve às nações, se detalhem
em um manifesto os gravíssimos
fundamentos impulsivos desta solene
declaração. Dada na sala de sessões,
assinada de nossa mão, selada com
o selo do Congresso e referendada
por nossos deputados secretários”.

A casa onde foi
proclamada a
independência.
Ao lado, a
primeira página
da ata, em
espanhol e
quéchua

AVENTURAS NA HISTÓRIA | 43

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