Portugal
consolida seu
império
colonial em
Moçambique
com a captura
do imperador
de Gaza
G
ungunhana virou um
troféu de guerra em 28
de dezembro de 1895. O
então imperador de
Gaza, reino africano ao sul da área
que hoje pertence a Moçambique – e
que nada tem a ver com a atual Fai-
xa de Gaza, é bom deixar claro –,
caíra nas mãos dos portugueses.
Levaram-no ao país ibérico para
exibi-lo à população em Lisboa,
mostrando o tamanho da importân-
cia, na visão dos próprios coloniza-
dores, que era derrubar o mandatá-
rio, um personagem que desagrada-
va parte dos europeus e dividia a
opinião daqueles que estavam sob
seu comando. Com seu fim, também
acabava um Império que durou cer-
ca de sete décadas e impôs muita
resistência aos colonizadores – não
apenas aos lusitanos mas também a
ingleses e bôeres.
NASCIMENTO DO IMPÉRIO
Os nguni eram grupos que integra-
vam populações que habitavam a
região do sudeste africano. Rebeldes
tanto aos estrangeiros quanto às for-
ças de Tchaka Zulu, chefe local que
lutou contra os ingleses que tentavam
dominar o local no início do século
19, em uma área que hoje correspon-
de ao nordeste da África do Sul, cos-
tumavam fugir de ambos os proces-
sos de centralização política. Esses
grupos, que não esmoreciam, come-
çaram a se agrupar – ou ser agrupa-
dos – e tomar forma de reino por
volta de 1828, quando o general So-
hangane, que permaneceria no poder
até 1858, emergiu como uma lideran-
ça nguni – e mudou seu próprio
nome para Manikusse.
FOTO GETTY IMAGES
AVENTURAS NA HISTÓRIA | 47
AH156_GAZA.indd 47 6/6/16 8:12 AM