(2017) Aventuras na História 164 - Fidel Castro (Ed. especial)

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se preparavam para render os sen-
tinelas. Teve início um tiroteio in-
fernal. Com carabinas calibre 22,
escopetas de caça, revólveres e pis-
tolas, os companheiros de Fidel não
eram páreo para os 400 soldados em
serviço naquele momento, munidos
até de canhões. Rebeldes foram pre-
sos, é claro, entre eles Raúl Castro e
Abel Santamaría. Mas a maioria
conseguiu escapar.
Na investida contra o quartel Car-
los Manuel de Céspedes, em Bayamo,
a situação também fugiu ao controle.
Embora a operação tivesse sido mi-
nuciosamente planejada desde o iní-
cio daquele mês de julho, tudo deu
errado na hora H. O morador local
que conduziria rebeldes disfarçados

para dentro do quartel sumiu no dia
anterior e nunca mais deu as caras. O
jeito, agora, seria depositar todas as
fichas no elemento-surpresa e atacar
com a maior violência possível. Mas
o avanço do grupo foi percebido de
longe. A troca de tiros que veio em
seguida durou cerca de 20 minutos.
De um lado, havia soldados do Exér-
cito aquartelados; do outro, rebeldes
mal treinados e mal armados, intei-
ramente expostos ao fogo inimigo.
Em meio à confusão, e desesperado
para sair dali, o rebelde Ñico López

simplesmente esqueceu que não sabia
dirigir. Só foi lembrar-se desse deta-
lhe quando já estava ao volante de um
dos carros usados no ataque, agora
lotado de revolucionários em fuga. O
automóvel deu alguns solavancos,
acabou perdendo uma das rodas e não
saiu mais do lugar. Para seus ocupan-
tes, a solução foi fugir a pé.
Somados os ataques a Moncada e
Bayamo, 18 rebeldes morreram e
quase 70 foram presos. Segundo a
história oficial, muitos não sobrevi-
veriam aos porões da ditadura de

Ao lado: um selo de
1962 mostra o mártir de
Moncada Abel Santamaría.
Abaixo, os buracos de
balas no quartel, logo
após o ataque. Fidel o
transformaria numa
escola; depois, museu

14 | AVENTURAS NA HISTÓRIA

PRIMÓRDIOS


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