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oite de gala no luxuoso
hotel Habana Riviera,
11 de dezembro de 1957.
Era a festa de inaugu-
ração do cassino, com direito a show
da estrela de cinema Ginger Rogers.
Boa parte dos 14 milhões de dólares
gastos na suntuosa construção tinha
saído dos cofres do governo, no pri-
meiro de uma série de investimentos
que transformariam Havana numa
nova Las Vegas. Esse, pelo menos,
era o plano do mafioso americano
Meyer Lansky, sócio no empreendi-
mento. A despeito dos hóspedes fa-
mosos, o Riviera escancarava tudo
que o regime do ditador Fulgêncio
Batista tinha de pior: corrupção e
desigualdade social.
No ano seguinte, 1958, Batista viu
naufragar cada um de seus planos.
O prenúncio do fim veio logo em fe-
vereiro, quando, sob a supervisão
de Ernesto Che Guevara, começa-
ram as transmissões da Rádio Re-
belde, diretamente da selva, em
Sierra Maestra. Em poucos meses,
a emissora clandestina já alcançava
todo o país e tornou-se a grande bre-
cha contra a censura dos meios de
comunicação imposta pelo regime
cubano. Além disso, mantinha todas
as colunas de combatentes conecta-
das umas às outras.
Em março, a revolução começou
a espalhar-se. Fidel enviou o irmão,
Raúl, com uma coluna de 50 homens
para a região de Sierra Cristal, na
porção nordeste da antiga província
do Oriente. A formação da nova
frente de batalha permitiu aos rebel-
des ampliar a inf luência política e
recrutar novos combatentes. Quan-
do se juntou novamente às tropas de
Sierra Maestra, em outubro, as for-
ças de Raúl Castro somavam de 500
a 600 integrantes.
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