(2017) Aventuras na História 164 - Fidel Castro (Ed. especial)

(AP) #1
OFENSIVA REBELDE
Enquanto Raúl consolidava a posi-
ção no Oriente, as colunas de Che
Guevara e Camilo Cienfuegos par-
tiram em missões para sabotar a
infraestrutura usada pelo Exército
cubano no abastecimento de guar-
nições nas províncias centrais. Foi
então que Batista resolveu dar um
basta na revolução. Para não correr
riscos, o ditador mirou seu canhão
para o que, imaginou, seria a caçada
a um coelho: destacou uma força de
cerca de 10 mil homens, apoiados
por tanques e pela Força Aérea,
para um ataque maciço contra a
base rebelde em Sierra Maestra.
Com pouco mais de 300 guerrilhei-
ros, Fidel Castro parecia condena-
do. Acontece que o coelho acabou se
revelando um leão.
Sob o comando do general Eulo-
gio Castillo, o Exército de Cuba ru-
mou para as montanhas em maio.
Após dois meses e meio de numero-
sos combates, a operação – batizada
Verano – fracassou. Hábil estrate-
gista, Fidel conseguiu controlar as
condições nas quais as batalhas
eram travadas. Assim, nenhum em-
bate de grandes proporções ocor-
reu. E os guerrilheiros, palmo a
palmo, foram minando o moral das
forças inimigas.
Essa derrota de Batista marcou
a virada a favor dos revolucioná-
rios. Em agosto, Fidel partiu para a
ofensiva: enviou as colunas de Gue-
vara, Cienfuegos e Jaime Vega para
ocupar a província de Las Villas e
sua capital. No caminho, uma em-
boscada estraçalhou o grupo de
Vega. Mas os remanescentes deram
sequência à jornada. Em dezembro,
eles bateriam às portas de Santa
Clara, Santiago de Cuba e, final-
mente, o grande prêmio, Havana.

LIÇÕES DO MÉXICO
Como isso foi possível? Os revolucio-
nários de Fidel Castro certamente
tiraram proveito do despreparo das
tropas oficiais, que jamais tinham
encarado uma guerra de guerrilha.
Mas também devem parte do sucesso
à ajuda dos camponeses. Pouco a pou-
co, eles foram engrossando as fileiras
rebeldes. Quando não se apresenta-
vam como voluntários para pegar em
armas, contribuíam com informações
sobre os movimentos das tropas ini-
migas ou ofereciam comida e abrigo.
O que realmente decidiu o conf lito
em favor dos rebeldes, no entanto, foi
o treinamento ocorrido entre 1955 e
1956, no México. Naquele período,
Alberto Bayo – veterano da Guerra
Civil espanhola e especialista em téc- FOTO CORTESIA DE CUBAN REVOLUTION - YEARS OF PROMISE

nicas de guerrilha – ensinou a Fidel e
seus companheiros como fabricar
bombas caseiras e coquetéis molotov,
manusear minas, atirar com fuzis,
encontrar refúgio na mata e preparar
emboscadas. As lições foram deter-
minantes em 1958, especialmente du-
rante a resistência à operação Verano.
“Levamos em consideração que, nas
montanhas, uma coluna de 400 ho-
mens deve avançar em fila indiana”,
diz o comandante, em Fidel Castro:
Biografia a Duas Vozes, de Ignacio Ra-
monet. Segundo Fidel, os guerrilhei-
ros sabiam que, em posição defensiva,
o adversário seria imbatível. Tudo o
que precisavam, portanto, era provo-
car o inimigo e fazê-lo sair da toca.
Armadilhas eram preparadas em
terrenos acidentados, dificultando a

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REVOLUÇÃO


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