Eduardo
Bolsonaro questiona a segurança das vacinas, mas foi imunizado
A cantilena bolsonarista tem afetado as comunicações oficiais do próprio
Ministério da Saúde. Nesta quarta-feira, 5, na entrevista coletiva
convocada para anunciar – com atraso – a extensão da campanha para as
crianças, faltou convicção aos representantes da pasta para defender a
vacinação. A secretária responsável pela área chegou a falar do risco de
miocardite sem fazer as necessárias ressalvas em favor da
vacina. Pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro, o próprio ministro da
Saúde, Marcelo Queiroga, trabalha com afinco para lançar dúvidas sobre a
segurança das vacinas para crianças. Também nesta semana, na
audiência pública convocada para discutir o tema, ele abriu espaço para
médicos bolsonaristas propagarem despautérios como a tese de que a
variante Ômicron “veio de Deus” para garantir “imunidade natural”. “Foi
um horror, um circo patético”, critica Mônica Levi, diretora da Sociedade
Brasileira de Imunizações. “O Brasil começou a entrar em um processo de
forte destruição do Programa Nacional de Imunização, que foi construído
com o esforço de tanta gente”, acrescenta a médica.
A pesquisadora Lorena Barberia, professora de Ciência Política da
Universidade de São Paulo, coordenou um estudo que analisou 3,
milhões de postagens no Twitter sobre vacinação. Os pesquisadores
avaliaram as publicações de todos os candidatos a prefeito de 18 grandes
cidades, na campanha municipal de 2020, em que os políticos tratavam da