Divulgação César
Fernandes, presidente da AMB, defende a criminalização de fake news
sobre saúde
Com liberdade para publicar absurdos sem nenhuma advertência, o que
nada tem a ver com liberdade de expressão, bolsonaristas usam a mesma
estratégia adotada durante o debate sobre o voto impresso – mesmo
conscientes de que a discussão é infrutífera, a tática consegue manter a
base coesa. No caso do presidente da República, o discurso radical sobre
vacinas ajuda a disfarçar suas incoerências, como o apoio do Centrão e os
escândalos de corrupção envolvendo sua família. “É uma tentativa
desesperada de não perder mais apoio e, para isso, ele tem que reforçar a
ideia de que não mudou, de que ainda é o candidato antissistema da
campanha de 2018. Ele joga para a sua base, para o eleitorado
negacionista, mas com uma irresponsabilidade tão grande, que pode
limitar sua votação”, diagnostica a cientista política Maria do Socorro
Sousa Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos. “São
argumentos baixos, rasteiros, que podem, sim, reduzir ainda mais a
cobertura vacinal”, diz o presidente do Departamento Científico de
Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri.