Quem comanda o escritório brasileiro é Maria Laura Canineu, de 42 anos.
Natural de Sorocaba, interior de São Paulo, e formada em relações
internacionais e direito, ela faz a ponte com órgãos governamentais e
outras entidades da sociedade civil e também roda o país para fazer
averiguações in loco, a partir de denúncias de violação de direitos.
Recentemente, no Pará, ouviu queixas preocupantes de indígenas e
ambientalistas. “Escutei relatos muito graves de como esse governo tem
colaborado para intensificar um clima de intimidação e de ameaça contra
eles. Alguns têm recebido ameaças de morte de fazendeiros ou de
pistoleiros”, diz.
Com vasta experiência na área de direitos humanos, a ativista afirma que
os três anos de governo Bolsonaro foram de retrocessos, e que o dano só
não foi maior porque os demais poderes impuseram limites às políticas
desastrosas do presidente. Para ela, falta diálogo com a sociedade. Nesta
entrevista a Crusoé, Maria Laura Canineu também questiona a inação do
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado
por Damares Alves: “Onde estava esse ministério nas discussões sobre o
enfrentamento da Covid? Sempre que o governo promovia um
medicamento ineficaz contra o coronavírus, o que fizeram seus
integrantes? Quantas crianças foram afastadas da escola por falta de
investimento básico em tecnologia? Nada foi feito”. Eis o que ela disse:
Na Cúpula pela Democracia, organizada pelo presidente americano Joe
Biden, Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil protege os direitos humanos.
Como a sra. avalia o que foi feito nesses três anos de governo?