Agência Brasil
Mantega, o Pós-Itália dos registros da Odebrecht, foi escolhido para
apresentar as linhas gerais do ideário econômico da campanha
Aliados afirmam que o ex-presidente deve buscar um perfil mais parecido
com o de Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda em seu primeiro
mandato. Um nome ligado ao PT, claro, mas palatável ao mercado. Palocci
virou desafeto dos petistas depois que confessou seus crimes e delatou
antigos companheiros de partido em um acordo de colaboração feito com
a Polícia Federal. Entre os delatados está o próprio Mantega, seu sucessor
no ministério, acusado de antecipar decisões do Banco Central para o
banqueiro André Esteves, dono do BTG. Os relatos de Palocci e de outros
delatores graúdos da Lava Jato, como Marcelo Odebrecht e Eike Batista,
ajudam a explicar por que Guido Mantega ainda goza de tanto prestígio
nas hostes lulistas.
Ao longo dos nove anos em que esteve à frente da Fazenda, Mantega foi o
mais eficiente tesoureiro de campanha do PT. Os empresários acusaram o
ex-ministro de cobrar repasses ilícitos ao partido como contrapartida para
atender seus pedidos dentro do governo. O caso mais notório envolve o
pagamento de 50 milhões de reais da Braskem, do grupo Odebrecht, à
campanha de Dilma em 2010, referente à “compra” da medida provisória
conhecida como Refis da crise, que abatia dívidas tributárias da empresa.