Assim que Moro for escolhido como candidato único da Terceira Via, a
campanha vai mudar. A lógica de uma disputa polarizada só funciona
quando há equilíbrio entre os dois polos. Esse equilíbrio, que já é
praticamente inexistente, considerando a vantagem insuperável de Lula
sobre Bolsonaro, deve desaparecer de uma vez por todas, porque uma
candidatura mais competitiva de Moro vai acabar atraindo uma fatia do
eleitorado bolsonarista. E, sem o pesadelo bolsonarista, o pesadelo lulista
também se distancia.
Não sei se alguém já teve essa conversa com Bolsonaro. Suponho que
não. Mas o abandono de sua candidatura tem tudo para representar o
fato “imponderável” citado por William Waack — uma “mãozinha” do
destino, como ele disse.
Isso só vai se realizar, porém, se houver um trabalho conjunto para
empurrar a candidatura de Moro, cuja campanha, até agora, foi uma
porcaria. Ele precisa de gente. É o que se espera daquela turma que
passou o último ano defendendo a Terceira Via. União Brasil, Novo,
Cidadania, PSDB e MDB devem se reunir com movimentos sociais,
empresários e banqueiros para oferecer uma saída ao país, que já tem
um rosto e um nome. Sim, é Sergio Moro.