em 2012. Hoje, Genoino vocaliza a ala mais radical do partido. Ele
encampou um abaixo-assinado contra a ideia de lançar o ex-governador
paulista Geraldo Alckmin como vice na chapa de Lula, defendida por
Fernando Haddad. É no grupo de Genoino que flui o petismo mais
ideológico, defensor das ditaduras de esquerda da América Latina, como
a da Venezuela, e que responsabiliza a “hegemonia neoliberal” pelas
agruras do país – um discurso que, vez ou outra, e a depender de quem
está a ouvi-lo, o próprio Lula também adota. Embora seja muitas vezes
engolida pelo pragmatismo lulista, essa ala exerce influência e forte
pressão interna nas decisões partidárias. Foi assim, por exemplo, na
constrangedora nota que celebrou em novembro passado a “vitória” do
ditador Daniel Ortega nas eleições na Nicarágua e a polêmica ida de Gleisi
à posse do ditador venezuelano Nicolás Maduro, em 2019.
Fernando Calzzani/Photo
Press/Folhapress
Dirceu chegou a fazer um giro discreto pelo país para encontros com
aliados
A face mais moderada do grupo é a do deputado Rui Falcão, que
antecedeu Gleisi no comando do PT e coordenou a campanha de Dilma
em 2014, ápice do esquema de caixa 2 revelado pela Lava Jato – Marcelo
Odebrecht, por exemplo, admitiu ter repassado 150 milhões de reais por