REVISTA VOO LIVRE JANEIRO Nº 18

(MARINA MARINO) #1

Poesia por Marta Cortezão


neste instante presente que se
prolonga em todo o poema na
repetiçãodoverso“A partirdehoje”,
vez que é esta “a fome” pereneque
alimentaaartedapalavra–otempo
presente,tecido-mosaicodebuscas–
assim como é a palavra alimento
inalcançávelquesaciadita“fome”.


Nabelezadosfiosdestenovelo
intangível de palavras – onde
conhecer é também cair no
desconhecimento – há um universo
paradoxal e íntimo na busca desta
‘coisa’ inominável. Sobre estas
inquietudes, no poema-prosa “Água
Viva”, o eu personagem que se
manifestanavozdofeminino, assim
pondera:


Abelezaextremaeíntimaestánela[a
palavra]. Mas é inalcançável – e
quando está ao alcance eis que é
ilusório porque de novo continua
inalcançável(...).Háumacoisaqueme
escapa o tempo todo. Quando não
escapa ganho uma certeza: a vida é
outra. Tem estilo subjacente.”
(LISPECTOR,p. 33 )


Atrivialidadedavidaéfeitade
enigmas, o ato de ver torna-se um
vislumbre que aponta para uma
epifaniadevisão.Éoqueobservono
poema Soporífera deAnna Liz, que
está no oráculo dedicado à Deusa
Gaia, na pág. 34 , da Coletânea
Enluaradas II: uma Ciranda de
Deusas.Vejamos...

Anna Liz, de Santa Luzia/MA, é
poeta, cronista e professora. Tem
participação em quase 100
antologias, sete livros-solo
publicados.Possuiváriosprêmiosde
Literatura. Faz parte de algumas
AcademiaseNúcleosAcadêmicos de
Letras e Artes no Brasil, Chile,
ArgentinaePortugale,atualmente,é
presidenta/coordenadora da
AssociaçãodeJornalistaseEscritoras
Brasileiras,coordenadoria Maranhão
(AJEB-MA).
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