Exame Informática - Portugal - Edição 318 (2021-12)

(Maropa) #1
76

NOTA FINAL

NOTA FINAL

A


postamos que muitos do que estão a ler este texto
dedicaram, há já alguns anos, muitas horas às ver-
sões anteriores de Age of Empires. Nesta nova versão,
cada missão da campanha convida o jogador a recriar uma
batalha histórica. Até são incluídos vídeos das zonas onde
decorreram os conflitos com a adição de animações, num
estilo que nos faz lembrar um programa documental de
TV. Apesar de ter algum interesse, esta arquitetura torna o
modo single player de AOE 4 mais um jogo educativo que
de grandes campanhas em tempo real. Felizmente, isto
não significa que os fãs do género vão ficar desiludidos. Há
muito para explorar nas oito civilizações retratadas, com
especificidades que fazem quase parecer que estamos a jogar
um jogo diferente quando mudamos de civilização. Não só
a nível de armas e técnicas de combate mas, também, na
componente de gestão de recursos e crescimento da civi-
lização. Por falar nisto, não gostámos da artificialidade da
limitação da população a 200 elementos – se a ideia era não
deixar o jogador preparar um exército imbatível antes de
partir para a batalha, então os criadores de AOE 4 deveriam
ter sido mais imaginativos. Também não ficámos conven-
cidos com o controlo das unidades em combate. Apesar de
ser possível atribuir diferentes ordens e de, felizmente, as
unidades não caírem na ratoeira de perseguirem um inimigo
que aparece na zona que estão a vigiar até à base adversária,
os combates pareceram-nos tender para o caótico. Por outro
lado, a diferenciação das capacidades dos diferentes tipos
de unidade, incluindo mecânicas, e o valor de apostar na
evolução destes elementos reforça o caráter de estratégia –
em cada missão temos de optar por tipologias de unidades e
sistemas de defesa e ataques diferentes.
O som está fantástico, carregado de
detalhes que ajudam a tornar a expe-
riência mais envolvente.
AOE 4 é, sem dúvida, apelativo para
os fãs. Mas o modo campanha pare-
ceu-nos sempre um género de tutorial
para preparar-nos para o modo mul-
tijogador. O que é pena. S.M.


Y


ara (local ficcionado, mas com óbvias semelhanças
com Cuba) é um paraíso tropical parado no tempo
sob o jugo do ditador Antón Castillo. Ao jogador
cabe o papel de vestir a pele do yarano Dani Rojas e tornar-se
um guerrilheiro para ajudar a libertar a nação. Sintetizado
desta forma, o enredo do novo Far Cry não parece nada de
muito original. Mas, como diz a expressão, “o Diabo está
nos detalhes” e há vários detalhes neste jogo que cativam.
A começar pelo vilão da história, já que o casting de Gian-
carlo Esposito (o icónico Gustavo Fring de Breaking Bad)
acerta na mouche – há realmente nele uma aura de tirano
sul-americano. Segundo bom pormenor, Dani Rojas é um
nome que ‘dá para os dois lados’, ou seja, a nossa personagem
tanto pode ser um homem como uma mulher (fazemos a
escolha no prólogo do jogo). Terceiro detalhe que queremos
destacar: os novos companheiros animais, que podemos
usar para distrair e atacar os inimigos. Do crocodilo Guapo
ao cão-salsicha Chorizo passando pelo galo Chicharrón,
acabámos por estabelecer uma relação emocional com os
animais que nos fizeram correr riscos mortais sempre que
recebemos indicação de que eles estavam em perigo.
De resto, é um título FPS (tiros na primeira pessoa) em
mundo aberto, onde há muito para explorar à medida que
Dani se vai transformando num guerrilheiro. E essa trans-
formação repercute-se no estilo de jogo, já que, à medida que
vamos avançando, vamos ganhando novas armas e roupas. O
próprio estilo de luta de guerrilha é incentivado, pois convém
fazer uns subornos e reconhecimento da área a atacar em
vez de ir mandar uns tiros ‘à maluca’. Podemos é acusar Far
Cry 6 de levar longe demais o grau de
detalhes na evolução do ranking do
nosso personagem e as muitas opções
disponíveis logo no início – o inven-
tário acaba por ser demasiado grande
e, às vezes, apetecia-nos apenas algo
mais linear. Os princípios de jogo e a
mecânica em si são similares ao que
já se conhece dos títulos anteriores
desta saga. P. B. M.

DEMASIADO HISTÓRICO


“HASTA LA VICTORIA,


SIEMPRE!”


AGE OF EMPIRES IV €59,99


FAR CRY 6 €69,99

PC (testado)

Stadia (testado),
Xbox One, Xbox Series
X/S, PS4, PS5, PC

4


4,3

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