Exame Informática - Portugal - Edição 318 (2021-12)

(Maropa) #1
ENQUADRAMENTO

82

AS MAIORES
DO PORTUGAL TECNOLÓGICO

65% DA ECONOMIA GLOBAL


SERÁ DIGITAL EM 2022


A aceleração da transformação digital nos anos da pandemia contribuiu
para a crescente digitalização da economia global, o que se traduzirá
num investimento em TIC na ordem dos seis mil milhões de euros, entre
2020 e 2023, diz a IDC. Em Portugal, um terço das organizações
continua a adaptar-se ao novo contexto pós-crise Covid

Texto Fátima Ferrão

O


ano de 2021 está, na generalidade das em-
presas que atuam no setor das TIC, a ser um
período de recuperação e de crescimento.
Mesmo aquelas que, de alguma forma, sentiram um
travão no seu negócio em 2020 estão agora a ver
o mercado a mexer e a procurar os seus produtos,
serviços ou soluções. De entre as vencedoras das
Maiores do Portugal Tecnológico, nas diferentes
categorias, as expectativas são positivas para este
ano, mas também para 2022. No próximo ano, a
aplicação dos fundos incluídos no Plano de Re-
cuperação e Resiliência (PRR), que conta com um
orçamento de 650 milhões de euros para este tipo
de projetos, está a animar o setor e as empresas
cujo negócio assenta no apoio à transição digital.
Apesar das incertezas e da crise que afetou alguns
setores da economia, as 200 Maiores do Portu-
gal Tecnológico apresentaram, em conjunto, um
crescimento no volume de negócios, dos 11,6 mil
milhões de euros, para os 12,2 mil milhões, e re-
forçaram as equipas. No total, em 2019, este grupo
de empresas empregava 48802 pessoas, número
que cresceu para os 49299, em 2020. Já no que se
refere às exportações, entre as 200 maiores, ve-
rificou-se uma ligeira quebra – de um volume de
2,4 mil milhões, para um total de 2,3 mil milhões
de euros. Uma redução que pode explicar-se pelo
adiamento de alguns projetos que, no início da
pandemia, ficaram em stand-by.

RESILIÊNCIA: A PALAVRA-CHAVE EM 2020
Deve ter sido uma das expressões mais ouvidas ao
longo do ano passado. A resiliência entrou no léxico
nacional e ganhou a responsabilidade de passar
uma mensagem positiva e de esperança. Faz, por
isso, todo o sentido que nesta edição das Maiores
do Portugal Tecnológico seja, pela primeira vez,
atribuído o Prémio Resiliência.
A metodologia aplicada para o apuramento da
empresa vencedora nesta categoria partiu da análise

de diferentes indicadores. Por um lado, a taxa de
margem de segurança económica, determinada
pela diferença entre o volume de negócios e o ponto
crítico, a partir do qual o resultado económico passa
a ser negativo. Na prática, quanto maior for essa
margem de segurança em percentagem, maior é
a percentagem de quebra de negócios que a em-
presa suporta sem resultados negativos, e maior é
a resiliência. Outro critério aplicado foi o tempo
de paralisação/redução de atividade económica
crítico de rutura de tesouraria (meses), que indica
quanto tempo a empresa poderá aguentar sem
quebras de tesouraria.
A estes critérios junta-se ainda a avaliação do
grau de reversibilidade estratégica, que inclui o
peso dos custos reversíveis por decisão imediata dos
gestores no total de custos; o Economic Value Added
(EVA) / Volume de negócios, ou seja, a diferença en-
tre os resultados económicos líquidos de impostos
e os custos dos financiamentos remunerados, sejam
próprios ou alheios; e a autonomia financeira, que
traduz o peso do capital próprio no total do finan-
ciamento dos investimentos acumulados (ativos).
É importante referir também que, das 200 em-
presas, foram apuradas as que tinham indicadores
de resiliência mais favoráveis do que a média (valor
de 1 se superior à média das 200 empresas), em to-
dos os critérios com igual ponderação. A vencedora
nesta categoria é a PHC Software.
Nas restantes categorias, a MEO volta a vencer
o Top Score 200 e nas Telecomunicações, e a
Siemens repete o primeiro lugar no Fabrico. Já a
empresa que mais cresceu foi a Feedzai, que vence
na categoria Fast Mover Volume de Negócios, e a
que mais contratou foi a Critical Techworks, que
vence o prémio Fast Mover Emprego, que acu-
mula com a distinção de Exportação. A TechData
é a vencedora na Distribuição, a Farfetch nos
Serviços, e a Critical Manufacturing na Inovação
& Desenvolvimento. ■
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