Exame Informática - Portugal - Edição 318 (2021-12)

(Maropa) #1
92

AS MAIORES
DO PORTUGAL TECNOLÓGICO

SETOR
INDÚSTRIA

SETOR
AGRICULTURA

SETOR
COMÉRCIO

SETOR
RESILIÊNCIA

RECONHECER A EXCELÊNCIA


NO SETOR AGROALIMENTAR


Texto Francisco de Almeida Fernandes

V


alorizar e reconhecer a produção nacional
e os seus protagonistas é um dos objetivos
dos prémios especiais atribuídos ao setor
agroalimentar, que tem cada vez menos de tradicional
e progressivamente mais de inovador. Das frutas às
conservas, passando pela criação de gado e produção
de alimentos animais, são quatro as empresas sele-
cionadas pela Exame Informática – Frulact, Reagro,
Valorgado e Ramirez. Em comum têm histórias de
sucesso e superação, mas também uma tendência
para apostar no novo conhecimento para atualizarem
os seus processos e produtos.


DE PORTUGAL PARA O MUNDO
A partir da quinta da família Miranda, a Frulact desen-
volveu-se, conquistou mercado e tornou-se a terceira
maior fabricante mundial de preparados à base de
fruta. De 1987 a 2021, muito mudou e não foi apenas
a dimensão daquela que é hoje uma multinacional.
Depois de décadas de dedicação ao negócio familiar,
João Miranda decidiu vender a empresa ao fundo
Ardian, no início de 2020, abandonando a posição de
chairman em junho deste ano. Apesar das mudanças
no capital e no organograma, a pujança comercial
manteve-se e hoje a estratégia parece ser apostar em
aquisições para crescer ainda mais.
Mas vamos aos números. Atualmente, conta com
unidades de produção em sete países da Europa,
América e África, mas envia os seus produtos à base
de fruta para mais de 40 nações em todo o mundo.
Apesar de continuar a crescer, a empresa que exporta
mais de 90% do que produz reconhece as dificulda-
des adicionais impostas pelos desafios trazidos pela
pandemia – a interrupção das cadeias de abasteci-
mento, a escassez de matérias-primas e a crise dos
combustíveis parecem ser os três ingredientes para
uma tempestade perfeita. Porém, a verdade é que a
Frulact espera fechar o ano com uma faturação de
146 milhões de euros, mais 26 milhões do que em
2019, em grande medida assente na aposta forte em
investigação e desenvolvimento.
O ecossistema de inovação que construiu com
centros de investigação, fornecedores e parceiros


FRULACT REAGRO VALORGADO RAMIREZ & CIA

comerciais permite assegurar “um constante in-
fluxo de novos conhecimentos para o grupo”, que
“irá fazer com que sejamos líderes” e “os primeiros
a adotar as melhores práticas”. O investimento em
I&D e a contínua aposta na expansão, mesmo num
ano imprevisível e atípico, estão entre as razões que
fizeram da Frulact merecedora do prémio Resiliência
atribuído pela Exame Informática.

CAMPEÃ DAS IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES
Vencedora do prémio Comércio, integrada nos ga-
lardões especiais entregues ao setor agroalimentar, a
Reagro – Importação e Exportação SA nasceu em 1977
e, desde então, tem-se dedicado à agricultura e pe-
cuária. Detém uma fábrica de produção em Salvaterra
de Magos, distrito de Santarém, um posto de controlo
a partir de onde todos os seus produtos são enviados.
E são muitos, divididos por quatro áreas essenciais –
matérias-primas agrícolas e pecuárias, matérias-pri-
mas especiais, aditivos e alimentos complementares e
pré-misturas para alimentação animal.
A ‘ração’ que alimenta o crescimento da empresa é
a utilização das mais recentes tecnologias que permi-
tam “assegurar um rigoroso controlo de qualidade” e
inovar na linha de produção. O sucesso, esse, está à
vista nos resultados financeiros registados em 2020,
ano em que o volume de negócios ultrapassou os 800
milhões de euros, mais 1,6% do que em 2019. Apesar
das limitações e dos constrangimentos do contexto
pandémico, em particular durante o último ano, a
Reagro mantém uma trajetória de crescimento sus-
tentado na importação e exportação de componentes
para a alimentação animal, mais de quatro décadas
após a sua fundação.

ALIMENTAR O TERRITÓRIO NACIONAL
Das rações diretamente para os seus consumidores
prediletos, os animais de produção. Este é o mercado
da Valorgado, uma empresa familiar liderada pelo
casal Vítor e Delfina Menino, a família que hoje conta
com hectares de propriedade em várias zonas do país
onde cria e engorda gado. A criação de porcos é, no
entanto, o core business deste negócio português,
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