Exame - Portugal - Edição 452 (2021-12)

(Maropa) #1

  1. EXAME. DEZEMBRO 2021


Discípulo de
Belmiro de
Azevedo, Carlos
Moreira da Silva
fez carreira na
Sonae. Era quadro superior da
empresa quando foi desafiado a
liderar uma nova área de negó-
cio que o grupo estava prestes a
adquirir, a Barbosa e Almeida.
Apenas aceitaria o desafio se se
tornasse acionista e Belmiro de
Azevedo acedeu. Aconteceu em
1998 e, em 2003, já o empresário
estava a comprar a companhia,
em parceria com a família Silva
Domingues, herdeira da parti-
cipação do empresário José Au-
gusto da Silva Domingues, que
entrara no capital em 1996. Tra-
tou-se de uma operação de MBO



  • Management Buy Out, em que
    os quadros da empresa assu-
    mem a totalidade do capital.
    Deu-se, assim, o arranque
    da construção da fortuna de
    Carlos Moreira da Silva, a qual
    vê este ano aumentar alguns mi-
    lhões de euros devido ao cres-
    cimento do EBITDA do grupo e


à redução da dívida do
mesmo. Com um volu-
me de negócios a ascender
a mais de 930 milhões de eu-
ros, o grupo, que emprega cer-
ca de quatro mil colaboradores,
está de pedra e cal no mercado,
com um crescimento susten-
tado. Em 2020, o empresário
afastou-se da equipa executiva
e cedeu a posição de chairman
a Paulo de Azevedo, que já era
administrador não executivo. A
fatia de 45% do empresário na-
cional na BA Glass, aliada a ou-
tros negócios, confere-lhe, este
ano, uma riqueza estimada de
cerca de 533 milhões de euros,
e uma subida de cinco posições
neste ranking.

Apesar de 2020
ter sido um
ano muito di-
fícil para todas
as atividades
relacionadas com o comércio,
sobretudo para o retalho auto-
móvel, o Grupo Salvador Cae-
tano conseguiu resistir bem ao
embate económico. Pela sua di-
versificação dos negócios e pela
elevada dispersão geográfica, o
grupo – que já está presente em
cerca de 37 países, em três con-
tinentes – conseguiu manter es-
tável o seu património mesmo
com quebra das receitas e dos
resultados operacionais.
Com a morte do empresá-
rio Salvador Fernandes Caeta-
no, que fundou a primeira em-
presa do grupo em 1946, aos
20 anos, os filhos Acácio e Ma-
ria Angelina, casada com José
Silva Ramos – a irmã Ana Ma-
ria ficou com outras participa-
ções fora do setor automóvel –,
herdaram a área industrial do
império familiar.

O Grupo Salvador Caetano
registou, em 2020, um volume
de negócios superior a 1,8 mil
milhões de euros, uma quebra
face a 2019, ano em que ultra-
passou os dois mil milhões. A
venda de veículos caiu para as
80 mil unidades e, também o
número de colaboradores foi re-
duzido para 6 500 pessoas. Uma
parte dos negócios da família
está cotada em bolsa, através da
Toyota Caetano Portugal, uma
parceria com a marca japonesa,
na qual detém 68%, mas dada a
fraca valorização e liquidez das
ações, a sua capitalização bol-
sista não chega aos 130 milhões
de euros.

486,3

MILHÕES


533,5

MILHÕES


CARLOS


MOREIRA


DA SILVA


Grupo BA Glass, Teak Capital, Fim do Dia
SGPS, Horizon Equity Partners

FAMÍLIA


SALVADOR


CAETANO


Grupo Salvador Caetano, Toyota Caetano,
Caetano Bus, Salvador Caetano Indústria, Salvador
Caetano Capital e Salvador Caetano Auto
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