Exame - Portugal - Edição 452 (2021-12)

(Maropa) #1
DEZEMBRO 2021. EXAME. 43

OS QUE FICARAM


DE FORA
Manuel Alfredo de Mello, da Nutrinveste, António Manuel
Gonçalves, da TMG, Tomás Jervell, do Grupo Nors, Ernesto Vieira,
da Ascendum, António Mota, da Mota-Engil e Jorge Mendes,
da Gestifute são alguns dos nomes avaliados que estiveram
próximos de entrar no top 25 deste ano

Manuel Alfredo de
Mello, neto de Al-
fredo da Silva, do Gru-
po CUF, e primo de Vas-
co de Mello, do lado da
família Guimarães de
Mello, foi o nome mais
próximo de entrar na
lista deste ano, com um
património avaliado em
326,5 milhões de euros,
ficando logo a seguir ao
25º mais rico, o em-
presário Rui Nabeiro.
O empresário, dono da
Nutrinveste, holding da
família, investiu tudo na
área dos azeites e óleos
alimentares. A Sovena
Group ocupa a segun-
da posição mundial no
ranking dos azeites e
óleos alimentares, sen-
do a única empresa que
integra toda a cadeia de
valor, desde o olival e
lagar ao embalamento
e distribuição.
António Manuel
Gonçalves, da TMG, an-
tiga Têxtil Manuel Gon-
çalves, é avaliado em 315
milhões de euros, sendo
seguido pelo empresá-
rio Tomás Jervell e res-
tante família, donos dos


grupos Nors e Ascen-
dum, arrecadando para
si um montante de 303
milhões de euros. A As-
cendum é também par-
tilhada com o sócio Er-
nesto Vieira, avaliado
este ano com uma par-
cela inferior, de 270 mi-
lhões de euros. António
Mota e as suas irmãs,
donos da Mota-Engil,
ficaram este ano pelos
302 milhões de euros e
o empresário do futebol,
Jorge Mendes, dono da
Gestifute, é avaliado em
256 milhões de euros.
Nesta lista de nomes
próximos de entrar no
top 25 deste ano encon-
tra-se ainda a empresá-
ria madeirense Patrícia
Bensaúde, do Grupo
Bensaúde, que conta já
com 200 anos de his-
tória, património que
foi avaliado em 248 mi-
lhões de euros. Segue-se
na lista outra mulher,
Ana Rebelo de Carvalho
Mendonça, acionista da
Altri, Ramada e Cofina,
que reclama para si uma
fortuna de 241 milhões
de euros.

A METODOLOGIA


DAS AVALIAÇÕES


Ano após ano, a revista EXAME tem levado
a cabo um exaustivo levantamento dos em-
presários mais ricos de Portugal, avaliando os seus
patrimónios através das sociedades cotadas e não
cotadas. Em vários casos, em que não é possível
aferir as participações específicas de cada mem-
bro, é avaliada a posição da família como um todo.
Este trabalho reflete apenas o produto de uma
pesquisa jornalística, que resulta da consulta de
informação disponível em centenas relatórios
e contas de empresas, de textos publicados em
entrevistas e outro tipo de artigos, bem como da
consulta de fontes próximas das empresas, nos
casos em que a informação era praticamente
inexistente. Os dados recolhidos resultam, pois,
na sua maioria, de informação pública, que está
acessível, e a sua veracidade depende muito da
transparência desses dados.
Recorrendo a vários especialistas, a EXAME
elaborou um método de análise que muitos con-
sideram o mais correto. Assim, no caso das em-
presas cotadas, foram tidas em conta as cotações
das sociedades à data de 5 de novembro de 2021,
o mesmo acontecendo nas holdings de empre-
sas cotadas. Nestas últimas utilizou-se o valor do
mercado da casa-mãe, pois as empresas por ela
detidas não podem ser livremente negociadas.
Nas holdings não cotadas foi aplicada a avalia-
ção da soma das partes, e nas sociedades do grupo
foi aplicado, individualmente ou consolidado, o
método dos múltiplos EV/EBIDTA, ou seja, apli-
ca-se o valor dos resultados operacionais vezes
o múltiplo do setor, excluindo-se ainda a dívida
líquida. Nas sociedades imobiliárias, o caminho
utilizado para a avaliação foi o dos capitais pró-
prios. As empresas da banca não cotadas foram
calculadas através da utilização do PER do setor
aplicado sobre os lucros. Para as cotadas foi usado
o valor bolsista das mesmas.
Não foi possível avaliar a liquidez existente em
contas bancárias dos protagonistas, dentro ou fora
do País, bem como as suas dívidas pessoais e ou-
tros créditos associados. Foram, no entanto, ex-
cluídos do estudo os casos em que as dificuldades
financeiras são do domínio público.
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