Exame - Portugal - Edição 452 (2021-12)

(Maropa) #1

Macro



  1. EXAME. DEZEMBRO 2021


Podemos esperar já alguma coisa para
2022, em termos de investimentos con-
tratados com a AICEP nesses dois domí-
nios, lítio e hidrogénio verde?
O tema do hidrogénio está a ser acompa-
nhado sobretudo pela área da energia. Há
um grande interesse nessa frente, e temos
de lidar com muitos investidores que es-
tão à procura de estabelecer projetos cá,
mas neste momento não há nenhum in-
vestimento contratualizado. Relativamen-
te ao lítio e à transição energética no setor
automóvel, gostava de recordar que, desde
2016, a AICEP tem uma estratégia proativa
na angariação de investimento para toda
a cadeia de valor do automóvel elétrico.


A AutoEuropa admitiu, em fevereiro, que
será uma questão de tempo até fabricar
automóveis híbridos ou elétricos. É im-
portante uma transição rápida?
A AICEP tem trabalhado no sentido de ga-


rantir que Portugal possa participar de for-
ma produtiva, sobretudo nos segmentos de
maior valor acrescentado do carro elétrico.

Mas poderemos ter evoluções em 2022?
Ainda é cedo para falar. Em 2021, já ti-
vemos um investimento relevante para
carros elétricos, em Viana do Castelo, a
BorgWarner [motores para veículos elétri-
cos], de quase €100 milhões. Estou con-
vencido de que, no próximo ciclo de in-
vestimentos, esta matéria terá ainda mais
resultados. Dá muito trabalho, é preciso
trabalhar afincadamente e estar um passo
à frente dos outros.

Na eventualidade de uma nova vaga pan-
démica, Portugal conseguirá aguentar
outro embate?
É algo de muito especulativo. Demonstrá-
mos sempre resiliência perante os outros
confinamentos e as empresas mostraram

que não os querem ou que, a existirem,
estes sejam o mais curtos possível. Temos
de ver qual a melhor reação ao enquadra-
mento pandémico. Não parando, os resul-
tados económicos aparecem logo.

Está na AICEP desde 2014, assumiu a li-
derança em 2017. Antes, teve cargos em
dois governos PSD/CDS, e o seu mandato
aqui termina no ano que vem. Com estes
dados de atividade, e dependendo do re-
sultado das próximas eleições, está dis-
ponível para um cargo governamental?
[Risos.] Está a colocar a questão de uma
forma em que eu nunca tinha pensado. Es-
tamos a fazer a análise do PT 2020. Tenho
estado cá desde o seu arranque, mas o im-
portante é o ciclo de investimento do País,
não são os meus mandatos. Relativamente
ao futuro, não estou preocupado com o as-
sunto [risos]. Estou preocupado, sim, em
fechar os contratos até ao final do ano. E
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