Revista NEUROARQ® Day

(NEUROARQ® Academy) #1

Revista NeuroarqDay Edição 2021


DIA 1 MEMÓRIAS, CULTURA E AMBIENTE


Quanto mais
enriquecido e
estimulante
o ambiente
for, maior a
neuroplasticidade,
resultando em
mais conexões
neurais, mais
memórias e mais
aprendizado. Num
ambiente pobre
de informações,
por exemplo,
ocorre o inverso,
ou seja, menos
neuroplasticidade,
menos conexões,
menos memórias.


Da mesma forma
que o corpo
responde a uma
história ouvida
com serotonina
modificando seu
comportamento,
assim também se
dá nos ambientes,
uma vez que os
espaços contam
histórias e estas
são absorvidas
através de diversas
sinapses neurais,
de acordo com a
percepção única
do usuário.


deparar com a mesma situação vivida que
criou a memória, nosso cérebro vai res-
gatar essa lembrança nas cores, formas,
aromas, sons, iluminação e muitas outras
variáveis ambientais únicas para aquele
indivíduo. Dessa forma compreende-se
que a formação cognitiva e psicológica
do indivíduo, do corpo e meio social, é
essencial para exercer a individualidade
ao se criar memórias.
E como fazer isso? Criando ambien-
tes estimulantes. A criação de memó-
rias ocorre através das sinapses neurais
em diversas partes do cérebro, ou seja,
quanto mais enriquecido e estimulante

o ambiente for, maior a neuroplastici-
dade, resultando em mais conexões neu-
rais, mais memórias e mais aprendizado.
Num ambiente pobre de informações,
por exemplo, ocorre o inverso, ou seja,
menos neuroplasticidade, menos cone-
xões, menos memórias.
As memórias de longo prazo causam
uma mudança bioquímica estrutural,
sendo fixada em várias regiões do cére-
bro, ocorrendo um evento intracelular
para ocorrer uma sinapse, onde a mes-
ma só acontece quando há maturidade
neurológica e biológica para fixar as in-
formações.
Neurociência, arquitetura
e tecnologia
Já o talk internacional trouxe o tema
do padrão arquitetônico por um pers-

pectiva científica com Kris Mun, que é
estrategista de design e desenvolvimen-
to, membro do Conselho Consultivo
da Anfa (Academy of Neuroscience
for Architecture). A especialista refor-
çou a necessidade de se aprofundar
em pesquisas trazendo uma arquitetu-
ra empática, com profundo interesse
em tópicos como cibernética, teoria da
complexidade, inteligência artificial e
sistema adaptativos sensoriais que co-
nectam o ser humano de novas manei-
ras ao século XXI, além de apresentar
diversas evidências científicas.
Um dos pontos altos foi quando

Kris Mun apresentou um estudo rea-
lizado pelo arquiteto francês Francois
Roche, com o protocolo M4 (mente,
máquina, matemática e manufatura), no
qual buscava construir uma tipologia de
habitação advinda dos desejos extraídos
da bioquímica dos usuários. Em uma de
suas pesquisas, pediu-se a um usuário
que colocasse a mão estendida em uma
superfície enquanto ouvia uma história
e, em minutos, já havia sido realizada
uma leitura biométrica contendo in-
formações retidas quanto aos níveis de
dopamina e serotonina que o indivíduo
liberou. Logo em seguida, conectaram
essas informações aos algoritmos, que
conseguiram se moldar localizando cada
unidade habitacional em uma crescente
rede.
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