Revista NEUROARQ® Day

(NEUROARQ® Academy) #1

Quanto mais
enriquecido e
estimulante
o ambiente
for, maior a
neuroplasticidade,
resultando em
mais conexões
neurais, mais
memórias e mais
aprendizado. Num
ambiente pobre
de informações,
por exemplo,
ocorre o inverso,
ou seja, menos
neuroplasticidade,
menos conexões,
menos memórias.


E com isso, trabalhos dos alunos da
especialista, em San Diego (cidade dos
Estados Unidos), podem usufruir dessas
pesquisas e muitas outras para desen-
volver trabalhos em parceria integrada
a médicos e profissionais da saúde, inte-
grando conhecimentos vindos da neu-
rociência para a incorporação do design.
Da mesma forma que o corpo res-
ponde a uma história ouvida com sero-
tonina modificando seu comportamen-
to, assim também se dá nos ambientes,
uma vez que os espaços contam histó-
rias e estas são absorvidas através de di-
versas sinapses neurais, de acordo com a
percepção única do usuário.
A cultura interfere no
ambiente ou o ambiente
interfere na cultura?
No talk com profissionais Pablo Re-
dondo, chileno; Karina Lozano, mexi-
cana; Lorí Crízel & Andreia de Paiva,
brasileiros; foram apresentados inúme-
ros trabalhos que evidenciam as memó-
rias culturais e suas influências através
do ambiente, e o contrário também é
verídico.
Ao conversar com Pablo Redondo,
arquiteto e fundador do NAD Institu-
te, ele revela que um dos seus trabalhos,
feito em um hotel do Chile, foi conectar
os usuários aos ambientes maravilhosos
do país em questão, colocando carpetes
nos corredores do hotel refletindo as
maravilhas do país que são as árvores, o
deserto, as montanhas e o oceano, tra-
zendo para o espaço interno a conexão
com a natureza, o que na “neuroarquite-
tura” chama-se de biofilia.
Como resultado, o usuário tem um
ambiente estimulante, que cria uma
nova memória feliz de longo prazo. E a
prova disso é que os clientes se referem
aos andares pelo desenho no carpete
como ‘andar do oceano’.
Além desses aprendizados, ao con-
versar com Lorí Crízel & Andreia de
Paiva, analisou-se ainda que a memó-

ria é baseada na cultura, esta que usa
como base a perspectiva do usuário. E
num país grande como o Brasil, temos
diversas camadas para levar em conta ao
desenvolver um projeto, como a localiza-
ção, o clima, a região, os hábitos de vesti-
menta, os sotaques, os recursos disponí-
veis em cada local. Cada camada deve ser
mapeada com empatia, para se aprofun-
dar nas memórias coletivas e memórias
culturais que o usuário tem segundo sua
perspectiva e desejo, ou seja, acessar suas
memórias pessoais.

DIA 1


Revista NeuroarqDay Edição 2021


MEMÓRIAS, CULTURA E AMBIENTE
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