Play Station - Edição 258 (2019-07)

(Antfer) #1

24


E3 2019


WATCH DOGS


LEGION


A ideia mais ambiciosa da E3


nos deixou cautelosamente animados


Basta usar seu celular
para analisar as pesso
as que quiser recrutar.
Mais fácil que o Tinder!

PS4 | Ubisoft | 3 de março de 2020


N


ós pensávamos que
estávamos vacinados
contra o hype de
Watch Dogs. Depois
daquela infame
apresentação de
2012, que vendeu o primeiro jogo com
expectativas absurdas e entregou algo,
no mínimo, decepcionante, deveríamos
estar mais cautelosos com a revelação
surpreendente desse terceiro capítulo
da série. E estamos. Mesmo assim,
é difícil não se empolgar com a ideia
de Watch Dogs Legion.
Dessa vez, Watch Dogs sai dos Estados
Unidos e vai para Londres, na Inglaterra,
uma das cidades mais vigiadas do mundo,
com mais de meio milhão de câmeras de
segurança (mais até do que Chicago,
cidade do primeiro jogo).
Agora, a cidade está
ainda mais vigiada e com
forças armadas por
toda parte após uma
grande reviravolta
política,
e policiais
perseguem
ativamente
membros
da Dedsec –
o grupo
hacker ativista
que apareceu

no primeiro jogo e virou protagonista
em Watch Dogs 2.
Mas o Dedsec está longe de perder força.
Na verdade, está mais vivo do que nunca.
Com uma população acuada e sem liberdade,
o grupo ganhou simpatia de boa parte da
população, e muita gente ajudaria os
hackers se tivesse oportunidade. E essa é
exatamente a proposta inovadora de Watch
Dogs Legion: você pode recrutar quase
qualquer pessoa de Londres para fazer
parte do Dedsec e de fato controlar essa
pessoa, que conta com habilidades próprias
para vencer os desafios. Desde um cara
jovem, comum, até uma velinha que já anda
meio torta, qualquer pessoa é recrutável.
Basta passar com seu celular perto deles e
um pequeno menu vai aparecer mostrando
o emprego da pessoa, se ela já participou de
algum evento de resistência e a habilidade
que ela oferece ao seu grupo – é possível
ter até 20 membros no seu time.
Para chamá-la para o grupo, a pessoa
precisa estar a fim disso, o que significa
ter uma opinião favorável em relação ao
Dedsec. Você faz isso com pequenos
favores, que basicamente são pequenas
missões que vão provar que os hackers
estão do lado do alvo. Eventualmente ele
vai poder ser recrutado, e aí é hora de
escolher uma das três classes para o
encaixar. Hacker o faz se concentrar em
equipamentos que fazem boa parte do
trabalho sujo, como o robô aranha que

se infiltra e consegue derrubar inimigos;
Enforcer é o personagem padrão de jogo
de tiro, especialista em armas e pronto
para usar minas que grudam em qualquer
superfície; e a terceira classe é Infiltrator,
basicamente um personagem especialista
em furtividade e combate corpo a porto,
que pode até ficar quase invisível graças
ao seu equipamento exclusivo. Cada classe
tem diferentes habilidades para destravar
e ficar mais proficiente em suas técnicas.
É uma ideia grande e arriscada, e é
difícil não ficar pelo menos um pouco cético
de que há algum exagero nessa promessa.
Será que as pessoas serão muito
diferentes entre si, ou será algo mais como
uns, digamos, 40 tipos diferentes de
personagem apenas modificados com
apenas skins diferentes? Com rumores de
que o jogo já foi atrasado internamente por
culpa da complexidade de fazer algo desse
nível funcionar, queremos ver o quão longe
a Ubisoft Toronto consegue ir com essa
evolução de Watch Dogs. O segundo jogo
sofreu com a fama do primeiro mesmo
sendo legitimamente divertido, e essa é a
chance para a série sair daquela sombra e
alcançar seu verdadeiro potencial.
Por fim, fica uma dica nossa para a
Ubisoft: lançar um jogo na mesma semana
de Final Fantasy VII Remake não é um bom
plano. O RPG da Square Enix já roubou a
cena na E3 e certamente vai repetir isso
em seu lançamento em março de 2020.
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