Plantas Medicinais - Edição 03 - Maria Zélia de Almeida

(Antfer) #1
Ele é!

OBSERVAÇÕES

Segundo Mãe Mariazinha da “Casa-branca-de-omolú”, terreiro de
Umbanda do Rio de Janeiro: “O guiné é considerado uma das plantas
mais poderosas nos trabalhos de umbanda. Ela não somente afasta os
malefícios como também traz Axé”. Essa observação de certa forma,
explica porque o guiné, está sempre presente em jardins, jarros e
canteiros na frente de residências e casas comerciais.

Os extratos alcoólicos das folhas apresentam atividade antibacteriana para
vários microorganismos que causam infecções da pele, mucosas do trato
digestivo e respiratório e ainda atividade antimicótica para vários fungos
patogênicos. O óleo essencial das folhas demonstrou atividade inseticida para
insetos adultos de Musca domestica (mosca). É tóxica para o gado. Os
extratos metanólicos causam contração uterina, o que justifica a ação
abortiva. Em pesquisas atuais, ensaios biológicos com o extrato bruto de P.
alliaceae apresentaram aumento da produção dos glóbulos vermelhos do
sangue e melhorando a resposta imunológica em ratos.


COMENTÁRIOS SOBRE USO RITUALÍSTICO


O Guiné é planta de vários usos em ritual, na região do recôncavo baiano,
tem o nome popular de “Amansa-senhor” porque a raiz era usada pelas
negras em cativeiro misturada à comida ou café e chás para amansar os
feitores. Segundo Caminhoá (1884), o uso contínuo do Guiné torna os
indivíduos apáticos levando à idiotia. No século XVII, escrevia Santos Filho
(1947), “já estava em voga o quebranto e a vítima morria, na verdade
envenenada pelas ervas Tipi ou Amansa-senhor.”


A madeira clara dos galhos e das raízes de Guiné, que desprendem forte
cheiro de alho, é favorita para fabricação de “figas”, pequenos talismãs
usados contra os malefícios em geral.

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