Eficiência Energética - Fundamentos e Aplicações

(FelipeAVSI) #1
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES

Até 2010, eram fabricados motores classificados como standard ou IR1
(motores da linha padrão ou convencional) e motores classificados como de alto
rendimento ou IR2. Posteriormente a 2010 (de acordo com a Portaria Inter-
ministerial 553 de 2005), somente motores elétricos com eficiências iguais ou
superiores aos de alto rendimento (IR2), sob as especificações regulamentadas,
podem ser fabricados, comercializados e importados no Brasil. Por outro lado, a
revisão da normalização brasileira para motores elétricos de 2013 (ABNT NBR
17094-1) já previa, pela primeira vez em seu texto, motores com rendimentos
superiores aos de alto rendimento (classe IR2), que seriam os motores da classe
IR3 ou rendimento premium.


Como consequência da Portaria Interministerial n° 1 de 2017, a partir
de agosto de 2019, somente podem ser fabricados no Brasil ou importados, os
motores elétricos IR3 que atendam os rendimentos mínimos apresentados na
Tabela 9.1, sendo sua comercialização obrigatória a partir de fevereiro de 2021.
Dessa forma, fabricantes de máquinas e consumidores finais devem utilizar os
produtos que atendam, ao menos, a este nível de rendimento.


Um grande potencial de aplicação de motores de alta eficiência pode ser
encontrado no acionamento de pequenas máquinas, muitas vezes colocadas à
margem em estudos de conservação energética, já que é comum imaginar que
motores com potência inferior a 10 cv são pequenos demais para viabilizar a sua
substituição. Porém, deve-se ter sempre em mente que estes motores contam
com uma fatia de 85% dos motores instalados, contribuindo com cerca de 25%
de todo o consumo industrial, e que a melhoria de eficiência em um motor de
pequeno porte pode ser de 4 a 6 pontos percentuais, enquanto que este ganho
para grandes motores é da ordem de apenas 2 pontos percentuais.


Cerca de dois milhões e quinhentos mil motores de indução trifásicos
foram vendidos no mercado brasileiro no período 1990 a 2010. A Figura 9.4
mostra a distribuição percentual destes motores por faixa de potência. Nota-se
que quase 90% dos motores vendidos se encontra entre de 0 e 10 cv, justamente
na faixa de potência onde se observam maiores ganhos de rendimento nos mo-
tores de projeto eficiente.


A escolha de um motor de alta eficiência em relação a um motor de pro-
jeto padronizado passa, necessariamente, por uma análise de viabilidade eco-
nômica, uma vez que o primeiro tem um custo maior em relação ao outro. No
cômputo do benefício energético, um importante fator a ser considerado é o
número de horas de operação por ano. Neste caso, acionamentos que possuam
um fator de utilização reduzido dificilmente apresentarão méritos para o uso de
um motor de alto rendimento.

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