Em termos do ciclo mostrado na Figura 12.19, a solução rica em amônia
presente no gerador é aquecida até que se libere o vapor de amônia (refrigeran-
te) da solução. O vapor liberado no gerador segue rumo ao condensador e, em
seguida, passa pela válvula de expansão até chegar ao evaporador, percorrendo,
desta forma, o equivalente à parte convencional do ciclo de refrigeração. Após
deixar o evaporador, a amônia segue para o absorvedor. A solução diluída ori-
ginada no gerador (fração líquida remanescente), que também é direcionada ao
absorvedor, absorve a amônia proveniente do evaporador, resultando em uma
solução concentrada (em amônia), que é bombeada de volta ao gerador. Neste
ciclo, a potência da bomba necessária para promover a circulação da solução
concentrada é muito pequena, pois ela trabalha com um fluido no estado de
líquido comprimido.
Atualmente, os dois ciclos de refrigeração por absorção mais utilizados
são aqueles baseados nos pares (misturas binárias) amônia e água (NH 3 -H 2 O),
conforme descrito na Figura 12.19, e água e brometo de lítio (H 2 O-LiBr). No
ciclo com brometo de lítio, a água é o refrigerante e o brometo de lítio o absor-
vente (portador).
Os maiores inconvenientes das máquinas de absorção são o seu elevado
custo e consumo de energia, que, de forma geral, são superiores ao de um sis-
tema de refrigeração por compressão de vapor. Por outro lado, estas máquinas
têm a vantagem de utilizar energia térmica em lugar de energia elétrica, que
é mais cara e mais nobre. Por esta razão, as máquinas de absorção têm maior
aplicação nas instalações em que há excedente de calor, como, por exemplo, em
instalações de geração distribuída que usam motores a combustão interna ou
turbinas a gás, pois é possível utilizar os gases de exaustão destes acionadores
primários para fornecer energia (calor) ao sistema de refrigeração por absor-
ção, criando-se assim uma instalação de cogeração. Nos últimos anos, com a
melhoria e barateamento dos coletores solares, sobretudo os concentradores, a
energia solar também vem ganhando espaço no acionamento das máquinas de
refrigeração absorção de vapor.
Além das vantagens apontadas, as instalações de absorção se caracteri-
zam pela sua simplicidade e pelo número reduzido de partes internas móveis,
o que lhes garante um funcionamento silencioso e sem vibrações. Além disto,
elas se adaptam bem as variações de carga (até cerca de 10% da carga máxima)
e apresentam um rendimento crescente com a redução da carga.
Por todas essas razões, as máquinas de absorção atualmente estão cada
vez mais difundidas, sendo construídas desde pequenas unidades empregadas
em refrigeradores domésticos, até grandes unidades de ar condicionado com ca-
pacidades superiores a 1.000 TR (3.500 kWt). Maiores detalhes sobre os equi-