EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES
Capítulo 3
AUDITORIA ENERGÉTICA
Promover a eficiência energética significa essencialmente aplicar os con-
ceitos e as práticas corretas da engenharia, da economia e da administração
aos sistemas energéticos. Devido à diversidade e complexidade desses siste-
mas, é interessante apresentar técnicas e métodos para definir objetivos e ações
para melhorar o desempenho energético e reduzir as perdas nos processos de
transporte, armazenamento e distribuição de energia. Com esse propósito, nes-
se capítulo procura-se apresentar e discutir os principais métodos e procedi-
mentos do diagnóstico energético ou auditoria energética, que mediante uma
abordagem sistemática dos fluxos energéticos em um dado sistema, visa de-
terminar quem, quanto e como se está consumindo energia e fundamentar a
implantação de programa de uso racional de insumos energéticos. Neste senti-
do, considerou-se principalmente a realidade das pequenas e médias empresas
comerciais e industriais no contexto brasileiro, que frequentemente ainda dão
atenção limitada a esse assunto. Inicialmente se apresenta a terminologia rela-
cionada e procura-se situar tais avaliações nos propósitos do Uso Racional de
Energia, também chamado de Conservação de Energia. A seguir, as auditorias
são abordadas em seus aspectos práticos, concluindo-se com uma breve análise
dos obstáculos a superar para tornar racional o uso de energia no ambiente em-
presarial.
Promover o uso eficiente de energia significa reduzir as perdas desneces-
sárias de energia, sem afetar a produção, a qualidade dos serviços e o bem-estar
que a energia permite obter, promovendo a economia e a competitividade, e in-
teressa assim como são oportunas todas as medidas de redução das perdas e de
racionalização no uso de fatores de produção, como das matérias primas, água
e outros insumos. Além disso, cabe observar o caráter estratégico que o supri-
mento de eletricidade e combustíveis apresenta em todos os processos produ-
tivos. Mesmo representando uma parcela por vezes reduzida dos custos totais,
a energia não possui outros substitutos senão a própria energia, sem a qual os
processos não se desenvolvem. Talvez energia possa ser apenas parcialmente
substituída por conhecimento, por informação, de modo a reduzir os desperdí-
cios e melhorar o desempenho dos sistemas energéticos. No Brasil ou nos de-
mais países, restrições de ordem financeira e ambiental se conjugam de modo a
incrementar os custos dos energéticos e configuram perspectivas preocupantes
de descompasso entre as disponibilidades e as demandas energéticas, amplian-