Eficiência Energética - Fundamentos e Aplicações

(FelipeAVSI) #1
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES

ticos podem ser identificadas interessantes alternativas de redução dos custos
com energia, sem necessariamente implicarem em redução das perdas energé-
ticas, seja por reduções de perdas de processo, por substituição dos insumos
energéticos (de um combustível para outro ou para eletricidade ou vice-versa)
ou ainda por alterações da modalidade tarifária ou tributária associada às fatu-
ras energéticas.
Os impasses terminológicos fazem parte da cultura da Eficiência Energé-
tica de Energia. Por exemplo, que sentido teria nos preocuparmos em “conser-
var energia”, se a Primeira Lei da Termodinâmica já assegura que "energia não
se cria nem se destrói, sendo sua quantidade constante no Universo"? De fato,
por mais ineficiente que seja um processo ou sistema energético, a soma dos
fluxos de energia na entrada será sempre igual à soma de fluxos energéticos na
saída, que apresentam sempre menor qualidade. Contudo, como apresentado
no primeiro capítulo, a Primeira Lei estabelece a conservação da energia, mas
a Segunda Lei da Termodinâmica impõe que nas conversões energéticas reais
sempre existem perdas, como energia térmica para o ambiente... Falar em "uso
racional de energia" parece mais sensato, mas também encontra pouca difu-
são, pode ser que se confunda "racionalização" energética com "racionamento"
energético, ambas palavras derivadas da raiz latina ratio, razão. Bem diferentes,
enquanto a primeira busca aplicar a razão, o bom senso, o raciocínio para usar
energia corretamente, a última trata de impor porções, gerir carências, com co-
tas, frações do todo. De fato, qual razão deveria ser usada para reduzir as contas
de energia? Aquela que significa a inteligência humana ou a outra, que indica a
fração? Enfim, mais que palavras, o importante mesmo é compreender os sis-
temas energéticos, determinar e avaliar as oportunidades de ação e agir, sem
demora, aplicando a inteligência, cuja essência é saber aplicar o conhecimento
e a informação.

3.2. A Auditoria Energética e a Eficiência dos Sistemas Energéticos


mas Energéticos


Com a maior consciência da importância da sustentabilidade dos siste-
mas energéticos e sobretudo com a elevação dos preços relativos dos combus-
tíveis a partir de meados da década de setenta, emergiu a necessidade do uso
racional da energia, quer no âmbito das empresas, quer no cenário institucio-
nal. Desde então a chamada "conservação de energia" ou “eficiência energética”
tem sido considerada como um recurso energético adicional, em muitos casos
mostrando maior economicidade do que as alternativas disponíveis. De fato, a
energia não consumida em perdas pode ser utilizada para algum fim útil, com
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