naquela casa quando as filhas se fossem embora de novo.
— Talvez eu devesse reformar-me — declarou Jim, com ar deprimido e as três filhas
responderam em uníssono.
— Não, pai!
Dito isto, riram-se. A última coisa de que o pai precisava era estragar a sua vida ainda
mais. Jim precisava de manter-se ocupado e agora tinha que trabalhar mais e não menos.
Isso era muito claro para as filhas.
— O pai precisa de trabalhar, de ver os seus amigos e de sair tal como fazia com a mãe.
— Sozinho?
Jim pareceu horrorizado; ao mesmo tempo, Sabrina suspirou e Tammy lançou um olhar à
irmã do outro lado da mesa. Agora tinham de cuidar de Annie e do pai.
— Não, com amigos — respondeu Tammy. — Era isso que a mãe havia de querer. Ela não
iria querer que o pai ficasse para aqui sentado sozinho, sentindo pena de si mesmo.
Jim não respondeu e alguns instantes depois subiu as escadas para se ir deitar.
Chris regressou à cidade depois do jantar, para poder chegar a horas ao trabalho no dia
seguinte. Sabrina detestava vê-lo partir, mas sentia-se grata por todo o seu amor e ajuda.
Chris beijou-a com ternura antes de partir, quando Sabrina o acompanhou até ao carro.
— Foi uma semana terrível — declarou Sabrina, resumindo a situação.
— É verdade, foi mesmo. Mas penso que todos vão ficar bem. Vocês têm sorte em se
terem umas às outras — disse Chris e beijou-a de novo. — Além disso, também me tens a
mim.
— Graças a Deus — suspirou Sabrina e rodeou-lhe o pescoço com os braços, quando Chris
se sentou no carro.
Era difícil acreditar que o acidente só tinha acontecido há oito dias.
— Guia com cuidado. Amanhã vou até à cidade para ver a casa. Mas não vou demorar-me.
Tenho que voltar para cá. Talvez possa deixar a Candy com o pai e ir ter contigo uma noite
desta semana.
— Seria óptimo. Vê lá como ficam as coisas até lá. Eu volto na sexta-feira, se quiseres.
De repente, parecia que eram casados, numa situação em que um marido vinha passar os
fins-de-semana a casa, enquanto a esposa ficava no campo com as crianças. Só que neste
caso as "crianças" eram o pai e as duas irmãs. Sabrina sentiu-se como se, de repente, se
tivesse tornado a mãe de toda a gente, incluindo dela própria.
— Tenta não exagerar, Sabrina. Não te esqueças de que não podes fazer tudo — concluiu
Chris, lendo-lhe o pensamento. — Depois ligo-te quando chegar a casa.
Sabrina tinha a certeza de que ele faria isso mesmo. Chris era sólido, fiável e uma pessoa
com quem se podia contar. Provara-o sem sombra de dúvida mais uma vez durante a
passada semana. Mas isso não era novidade nenhuma para Sabrina. Entre outras coisas,
era por isso que ela o amava. Para além do seu pai, Chris era o melhor homem que ela
jamais havia conhecido.
— Se não casares com ele, caso eu — disse Tammy provocando a irmã, quando ela voltou
a entrar em casa.
Beulah foi deitar-se num dos cantos da cozinha, depois olhou para as duas fixamente e
com uma expressão infeliz e ficou com ar deprimido. Beulah ficava sempre triste quando
Chris se ia embora.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1