— Quero um tipo como ele. Normal, saudável, simpático, prestável, bom para a minha
família e que saiba cozinhar. Além do mais, é um borracho. Como é que tu tens tanta
sorte e eu sempre acabo por arranjar grandes trastes?
— Eu não vivo em LA. Talvez isso ajude. Ou então, respondi ao anúncio certo —
respondeu Sabrina em jeito de provocação.
— Se eu tivesse a certeza de que encontraria o homem certo num anúncio de jornal,
podes crer que experimentava.
— Não experimentavas nada, nem eu te deixava. Sabendo a sorte que tens, só irias
conseguir um assassino em série num anúncio de jornal. Um dia destes, Tam, vai aparecer
o homem certo.
— Acredita em mim, nem estou preocupada com isso. Nem sequer tenho a certeza de me
importar mais com o assunto. Eu digo que sim, mas acho que é só um desabafo. Toda a
gente faz isso. Na verdade, sinto-me feliz quando estou sozinha em casa à noite, com a
minha cadelinha e o controlo remoto da televisão ao pé de mim. E, além do mais, não
tenho de partilhar roupeiros nem armários com ninguém.
— Agora deixaste-me preocupada contigo. A vida é muito mais do que estar no controlo
total e absoluto do controlo remoto da televisão.
— Não consigo imaginar em quê. Caramba, detesto ter de partir — afirmou Tammy com
um suspiro enquanto as duas irmãs subiam as escadas.
De repente, tudo parecia ter voltado aos bons velhos tempos, quando elas eram crianças.
Candy pusera música a tocar e o som estava demasiado alto. Tammy quase esperava que
a mãe espreitasse pela porta do quarto e lhe mandasse baixar o som.
— Isto aqui é tudo tão esquisito sem a mãe — declarou Tammy num sussurro, de modo
que o pai não a ouvisse quando elas passaram à porta do seu quarto.
— É verdade — respondeu Sabrina. — E ainda vai ser mais esquisito para o pai — concluiu
ela e ambas concordaram.
— Achas que o pai alguma vez vai voltar a casar? — perguntou-lhe Tammy.
Ela mesma não conseguia sequer imaginá-lo, mas nunca se sabe.
— Nem daqui a um milhão de anos — garantiu-lhe Sabrina. — Ele estava demasiado
apaixonado pela mãe para sequer olhar para outra pessoa.
— O pai ainda é novo. Já saí com homens da idade dele.
— Vai ser quase impossível arranjar outra mulher como a mãe. Ela era a mulher certa para
o pai.
E também o fora para todas elas, como mãe.
— Não acho que seja capaz de lidar com a perspectiva de uma madrasta perversa —
confessou Tammy e Sabrina riu-se.
— Não me parece que alguma vez tenhamos que preocupar-nos com isso. Talvez o pai
devesse ir visitar-te de vez em quando em LA. Os fins-de-semana vão ser demasiado
solitários para ele.
— Essa é uma boa ideia — concordou Tammy ao ir buscar a mala para arrumar as coisas.
Nesse momento Candy entrou no quarto.
As três irmãs conversaram enquanto Tammy fazia a mala e já passava da meia-noite
quando todas regressaram aos seus respectivos quartos. Chris telefonou a Sabrina mais ou
menos a essa hora. Os cães estavam todos a dormir nas suas camas. O pai fora para a
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1