— És doida — disse Sabrina, rindo-se.
— Não. Só estou determinada em ficar para tia. Acho que é a minha vocação.
— Um dia destes ainda vais ver o pôr do Sol com alguma estrela famosa de cinema, ou
com um borracho de Hollywood e vais deixar-nos de boca à banda.
— Que Deus te ouça, como se costuma dizer. Sabrina e Candy já estavam diante da casa, a
consultora imobiliária estava à espera delas, e Tammy já se encontrava sentada no seu
lugar no avião.
— Tenho que desligar agora. Ligo-te mais tarde. Boa viagem. Adoro-te. Adeus —
despediu-se Sabrina à pressa, entregando o telefone a Candy para esta poder despedir-se
também, ao mesmo tempo que a consultora se encaminhava na direcção de ambas com
um sorriso.
Era uma daquelas mulheres altas, exuberantes e excessivamente louras que usavam
demasiado perfume e ripavam o cabelo. E pelo som rouco e profundo da sua voz, Sabrina
pôde perceber que a mulher fumava. Tinha as chaves da casa na mão. Sabrina
apresentou-a a Candy, assim que esta desligou o telemóvel, e a consultora abriu a porta,
desligou o alarme e cedeu-lhes a passagem para entrarem.
— Vamos lá ver se gostam. Também tenho mais umas quantas opções na baixa da cidade,
ou no centro, mas acho que esta se adequa melhor ao que pretendem.
Sabrina esperava que estivessem de acordo. Não havia dúvida de que seria muito mais
fácil se acertassem em cheio logo na primeira casa que iam ver. Arranjar um lugar para
morar era um tormento e uma agonia de que nunca gostara. Candy parecia um pouco
mais entusiasmada do que a irmã e achava que era divertido. Percorreu a casa,
inspeccionando todas as divisões e abrindo todas as portas.
O hall de entrada era sombrio e estava pintado de um verde-escuro tipo floresta, que
Sabrina achou melancólico, mas o soalho era composto por quadrados de mármore
brancos e verdes. Reparou que havia um bonito espelho antigo na parede e gravuras
inglesas com cenas de caça que davam ao vestíbulo um certo ar britânico. A sala de estar
era ampla e soalheira e estava virada a sul; a biblioteca era pequena, escura e acolhedora
e possuía uma pequena e bonita lareira que parecia funcionar. As paredes estavam
forradas de livros, muitos dos quais Sabrina já lera. Candy olhou em volta, sorriu e acenou
a cabeça em sinal de aprovação para Sabrina. Já no primeiro andar, ambas gostaram da
atmosfera da casa. As duas irmãs comunicavam entre si com sinais de cabeça e sorrisos.
Era convidativa e aconchegante. Os tectos eram altos e havia uns lindos apliques antigos
nas paredes. Tinha bastante luz. E até mesmo para uma pessoa alta como Candy, as
dimensões da sala eram bem proporcionadas.
Logo em seguida, dirigiram-se à cave para verem a cozinha e a sala de jantar. A cozinha
era suficientemente moderna, prática, e possuía uma bela mesa redonda, bastante grande
para acomodar oito ou dez pessoas para comer e dali via-se o jardim, que era agradável,
mas mal cuidado. Havia lá fora duas espreguiçadeiras, um pátio e um churrasco embutido
na parede que parecia bastante usado. Sabrina sabia que Chris iria gostar dele.
A sala de jantar era mais formal e tinha paredes laçadas em tom vermelho-escuro. Havia
uns quantos retoques de bom gosto com ar profissional por toda a parte, muito embora a
casa não parecesse nova nem arranjada recentemente. Mas Sabrina gostou dela. Não era
como as casas das revistas. Era um lar e não estava apinhada de tralha. Alguns dos seus
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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