CAPÍTULO 15
Sabrina chegou sozinha, no domingo, para ir buscar Annie. Candy ficou na cidade, na casa
nova, depois de ter chegado a casa às quatro horas da manhã. Tal como Sabrina previra e
dissera a Chris, Candy fora a uma discoteca com o seu velho amigo. E nesse dia Chris foi
assistir a um jogo de beisebol com amigos, depois de passar a primeira noite na casa nova
com Sabrina. Sentiam-se confortáveis e à vontade no quarto dela e adoraram a cama, que
era enorme, muito melhor que a anterior cama de Sabrina, que era apenas queen size,
com um colchão cheio de altos e muito duro. O colchão da casa nova era um sonho.
Sabrina adorava tudo naquela casa e Chris também. Tinham um andar só para eles, por
isso nem sequer ouviram quando Candy chegou às quatro da manhã. E esta ainda
continuava a dormir profundamente quando Sabrina saiu.
Foi encontrar Annie e o pai sentados à beira da piscina com as cadelas. Zoe e Beulah eram
agora muito amigas. Candy deixara Zoe ali em casa do pai no dia anterior, pois não queria
que a cadela se perdesse ou se magoasse com os homens da mudança, sempre a
entrarem e a saírem. Sabrina perguntara ao pai se ele se importava de ficar com as
cadelas por uns tempos. Elas gostavam de estar no campo, faziam-lhe companhia, e ela e
Annie iriam estar demasiado ocupadas com a mudança e o mesmo iria acontecer com
Candy. Já tinha preocupações que chegassem naquele momento para ter ainda que
ralar-se com os animais. O pai dissera que ficaria encantado por fazer companhia aos seus
"netos" caninos, e Sabrina e Annie regressaram à cidade depois do almoço. Annie parecia
estar bastante melancólica e calada, e Sabrina deixou-a entregue aos seus pensamentos.
Isso agora acontecia com bastante frequência. Annie precisava de adaptar-se a muitas
coisas e, de qualquer modo, sempre fora uma pessoa introspectiva e algo sonhadora.
Sempre passara longas horas em silêncio a pensar e a meditar na sua arte.
Já iam a meio caminho rumo à cidade quando Annie finalmente falou.
— Lembras-te da Leslie Thompson? — perguntou Annie assim do nada, como se aquele
nome tivesse acabado de lhe passar pela cabeça.
— Não. Porquê? Quem é ela?
— Tu tinhas-lhe cá um ódio! O irmão dela andou na escola com a Tammy e a Leslie tentou
atirar-se a um dos teus namorados na época.
— Foi? Quando? — perguntou Sabrina, parecendo tão completamente desconcertada e
perplexa que Annie riu-se.
— Acho que estavas no último ano do liceu. Eu tinha nove anos, mas ainda me lembro de
lhe chamares uma pega.
— Chamei? — espantou-se Sabrina e soltou uma sonora gargalhada. — Oh meu Deus!
Sabrina lançou um olhar de soslaio à irmã e depois voltou a olhar para a estrada. Agora
ficava muito mais nervosa sempre que conduzia, em especial na auto-estrada, desde o
feriado do Quatro de Julho. E Tammy contou-lhe que também se sentiu assim, quando
regressou a LA.
—Já me lembro dela! Era uma autêntica cabra, mas era bonita, de uma maneira um tanto
ou quanto ordinária. Era uma boa bisca. E a mãe costumava chamar-lhe uma brasa. Brasa,
o tanas. O que te levou a pensar nela?
— Apareceu lá em casa ontem.