Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Mas nos outros dias adoras — recordou-a Sabrina.
— Pois é, acho que sim — admitiu Tammy. — Tenho saudades vossas. Como vão as coisas
por aí?
— Vão bem. Se bem que um pouco tensas. Annie começa as aulas amanhã. Anda com um
humor péssimo. Acho que deve estar apavorada.
— É compreensível — respondeu Tammy, e o facto de se preocupar com a irmã afastava o
seu pensamento do trabalho.
— É provável que seja como o primeiro dia de aulas para qualquer criança, só que pior.
Sempre tinha medo de não encontrar a casa de banho na escola. Mas como sabia que
vocês iam estar lá, não havia problema.
As duas irmãs sorriram ao pensar naqueles tempos. Tammy fora uma criança bastante
tímida e por vezes continuava a sê-lo, excepto no seu trabalho. Em ocasiões sociais, ainda
podia mostrar-se bastante reservada, a menos que conhecesse muito bem as pessoas.
— Vais com ela?
— Ela não quer. Diz que quer ir de autocarro. Sabrina parecia preocupada. Tornara-se uma
mãe-galinha num espaço de apenas dois meses de acontecimentos conturbados na sua
vida.
— Será que ela consegue?
— Não sei. Nunca o fez antes.
— Talvez devêssemos esperar até que lhe ensinem isso na escola. Diz-lhe que é melhor
apanhar um táxi, caso ela queira ir sozinha.
Era uma sugestão prática que não ocorrera a Sabrina e fazia todo o sentido.
— É uma óptima ideia. Vou dizer-lhe amanhã de manhã.
— Diz-lhe que pare de ser tão mesquinha. Ela tem dinheiro para apanhar um táxi.
As duas irmãs riram-se. Annie era claramente uma rapariga frugal — como artista, fora
cuidadosa com o dinheiro durante anos. Com os salários que elas auferiam, as outras
eram menos previdentes.
— Vou contar-lhe que disseste isso — declarou Sabrina a sorrir.
Nessa altura, Tammy já chegara a casa e ficou sentada dentro do carro por alguns
minutos, a conversar com Sabrina e depois declarou que precisava de desligar. Eram
quase dez horas e ainda não comera nada desde o pequeno-almoço. Não tivera tempo. Já
estava acostumada. Comera chocolates, doces e barras energéticas de cereais o dia todo
para se aguentar.
— Telefona-me amanhã para me contares como correu o dia — pediu Tammy. Ao mesmo
tempo Juanita levantou-se no banco ao lado do seu, espreguiçou-se e bocejou. Comera
fatias de peru ao meio-dia. Tammy cuidava muito melhor da cadela do que de si mesma.
— Está bem — prometeu Sabrina. — Vê se descansas. Todos esses problemas vão estar lá
na mesma amanhã. Não podes resolver tudo num dia só.
— Não, mas tento, e amanhã vai haver mais um monte de chatices para resolver. Todos os
dias há-de haver merda — disse Tammy e depois as duas desligaram o telefone.
E tal como previra, Tammy tinha razão. Por mais difícil que fosse acreditar, o dia seguinte
foi ainda pior. Foram surpreendidos por uma greve surpresa. Os técnicos de iluminação
fizeram uma manifestação. Tudo no estúdio parara por não haver condições para
trabalhar. Aquele era o pesadelo de todos os produtores. E Tammy foi informada de que a

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