Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

imenso.
— Tem cuidado — preveniu-a Sabrina. — Ele é um homem muito mais velho. Por vezes, os
homens da idade dele andam à caça de raparigas muito novas. Não vás para lado nenhum
com ele sem dizer nada a ninguém, nem te coloques em nenhuma situação embaraçosa.
Sabrina sentia-se sempre como se fosse uma mãe-galinha, mas a sua irmã mais nova
riu-se.
— Eu não sou estúpida. Tenho vinte e um anos. Vivo sozinha desde os dezanove anos.
Estou sempre a conhecer homens como ele. Alguns deles são bastante mais velhos. Qual é
o problema?
— O que achas tu que ele pretende? — perguntou Sabrina a Tammy com uma expressão
preocupada, alguns dias mais tarde.
Os dois apareceram na revista W, em diversos tablóides e na página seis do Post nas
últimas duas semanas. Contudo, não havia como negar que Candy era uma modelo
famosa e ele era um colunável bem conhecido de Nova Iorque. A mãe dele era famosa e
fora uma actriz italiana muito conhecida. Além disso, ostentava um título de nobreza. Os
príncipes eram muito requisitados nos círculos sociais da alta-roda e muitas pessoas
fechavam os olhos a uma imensidão de pecados ou de imoralidades. Já fora lá a casa por
várias vezes para ir buscar Candy e tratava as irmãs desta como se fossem criadas que lhe
abriam a porta. Nem se dava ao trabalho de falar com Annie, uma vez que ela não podia
ver como ele era arrasadoramente bonito. E, de facto, ele era muitíssimo atraente, com
um ar aristocrático e vestido de forma impecável num estilo europeu. Usava belíssimos
fatos italianos, camisas engomadas na perfeição, botões de punho com uma safira, um
anel de ouro com o brasão da sua família e os seus sapatos eram feitos por medida por
John Lobb. E com Candy pelo braço, ele parecia uma estrela de cinema e ela também.
Faziam um casal deslumbrante.
— Não achas que é a sério, pois não? — perguntou Sabrina a Tammy, em pânico, certa
noite, depois de ele ter ido buscar Candy numa limusina Bentley que alugara para esse
serão.
Candy envergava um vestido de noite em cetim cinzento-prateado e sapatos prateados de
salto alto. Parecia uma jovem rainha.
— Nem por sombras — respondeu Tammy, com preocupação. — No mundo do cinema,
vejo homens como ele a toda a hora. Andam atrás de actrizes famosas e de supermodelos
como a Candy. Só querem um acessório para o seu narcisismo. Este está tão interessado
em Candy como nos seus sapatos.
— Candy diz que ele quer ir encontrar-se com ela em Paris na semana que vem, quando
ela ali estiver para uma sessão fotográfica.
— Até pode ser que vá, mas não é coisa para durar muito. Há-de aparecer alguém mais
importante e mais famoso. Tipos como esse vão e vêm.
— Espero que ele desapareça depressa. Há qualquer coisa nele que me põe nervosa. A
Candy não passa de uma menina no meio dos lobos. Pode ser uma das modelos mais
famosas do mundo, mas por debaixo de toda aquela beleza e glamour, não passa de uma
criança.
— Sim, é verdade — concordou Tammy. — Mas ela tem-nos a nós. Pelo menos, ele sabe
que nós estamos por perto, como se fôssemos os pais dela, vigiando-a.

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