Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Acho que ele está-se a borrifar para nós — declarou Sabrina, continuando preocupada.
— Ele é muito mais vivido do que nós. E nós não somos ninguém no mundo dele.
— Acho que a Candy dá conta dele — declarou Tammy com confiança. — Está sempre a
conhecer homens como aquele.
— Pois eu não — respondeu Sabrina com um sorriso triste.
Chris estava a anos-luz daquele príncipe italiano e era um homem muito melhor. Chris era
um homem de carácter e de integridade. Todos os instintos de Sabrina lhe diziam que
Marcello não era assim. Era fácil detectar isso. Contudo, Candy achava que ele era
empolgante, mesmo que as irmãs o achassem demasiado frio e distante.
E depois, quando Candy regressou de Paris, contou-lhes que se divertira imenso e passara
dias fantásticos. Ele levara-a a uma série de festas, incluindo um baile em Versalhes, e
apresentou-a à cidade de Paris inteira. Toda a gente que ele conhecia tinha título de
nobreza. Aquele homem dera a volta à cabeça de Candy muito mais do que Sabrina
gostaria e Candy estava outra vez mais magra. Quando Sabrina comentou sobre esse
assunto, Candy respondeu que trabalhara muito em Paris. No entanto, por via das
dúvidas, Sabrina telefonou à psiquiatra da irmã. Esta não teceu qualquer comentário, mas
agradeceu a Sabrina pelo seu telefonema.
O Dia de Acção de Graças foi na semana seguinte e todas foram até à casa do pai em
Connecticut. Também ele parecia mais magro. Tammy perguntou ao pai, com uma
expressão preocupada, se ele se sentia bem. Este respondeu que sim, mas pareceu calmo,
solitário e grato por ver as filhas.
Nesse fim-de-semana as raparigas examinaram os objectos da mãe, por sugestão do pai, e
tiraram as roupas que quiseram; o resto iria ser doado. Era uma coisa difícil, mas parecia
que Jim queria desfazer-se de tudo. E depois as irmãs ajudaram Annie a fazer as suas
escolhas baseada no que elas lhe iam descrevendo. Annie sempre mostrara uma
predilecção especial pelas macias camisolas de caxemira em tons pastel da mãe e
ficavam-lhe lindamente. Annie possuía a mesma cor de cabelo.
— Que tal fico? — perguntou-lhes Annie, depois de vestir uma das camisolas. —
Pareço-me com a mãe?
Os olhos de Tammy encheram-se de lágrimas.
— Pois é, realmente pareces.
Contudo, Tammy também se parecia com a mãe, apesar do seu cabelo ruivo ser de um
tom mais vivo e muito mais comprido. No entanto, havia uma semelhança evidente entre
a mãe e aquelas suas duas filhas.
Foi um fim-de-semana tranquilo, agradável, pois nenhum deles tinha planos sociais
específicos. Foram as próprias raparigas que cozinharam o peru para o jantar e
divertiram-se a preparar o recheio e todos os legumes para acompanhar. Annie também
ajudou.
Chris apareceu no Dia de Acção de Graças e depois foi esquiar com amigos para Vermont
durante o fim-de-semana. Sabrina optara por ficar com as irmãs e com o pai. Era um
fim-de-semana em família, o que era importante para eles, em especial nesse ano.
Foi no sábado que Tammy apareceu com um par de ténis na sala ao lado da cozinha, onde
a mãe costumava arranjar as flores. Eram número trinta e nove e a mãe calçava o trinta e
seis. E os ténis não pertenciam a nenhuma das raparigas. Além disso, a empregada lá de

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