casa também tinha os pés pequenos.
— De quem são estes ténis, pai? — perguntou Tammy depois de elas terem passado
revista às roupas da mãe o dia inteiro e as terem dividido por pilhas para cada uma delas e
outra pilha para doação. — Não eram da mãe.
— Tens a certeza? — perguntou o pai em tom vago e Tammy soltou uma gargalhada.
— A menos que os pés da mãe tenham crescido três números este ano. Posso deitá-los
fora?
— Porque não te limitas a deixá-los onde os encontraste? Talvez alguém venha cá
reclamá-los.
O pai estava preocupado a consertar qualquer coisa quando a filha lhe fez aquela
pergunta e estava de costas para ela, por isso Tammy não lhe pôde ver a cara.
— Alguém quem? — perguntou ela, curiosa agora. Depois decidiu ser atrevida quando lhe
ocorreu uma ideia súbita. — O pai está a namorar alguém, não está?
O pai voltou-se quando a filha disparou aquela pergunta e olhou para ela.
— O que te faz pensar uma coisa dessas?
— Estava só a pensar com os meus botões. Os sapatos parecem um bocado esquisitos.
Não havia dúvida de que o pai tinha o direito de namorar quem ele quisesse. Era um
homem livre, mas Tammy achava que ainda era um pouco cedo para isso. A mãe morrera
há cinco meses, menos uma semana.
— Há algumas semanas vieram cá uns amigos almoçar comigo. Um deles deve ter deixado
cá os sapatos. Hei-de telefonar-lhes.
Jim não respondeu à pergunta da filha e Tammy não queria insistir nem intrometer-se. Só
esperava que não fosse a Leslie Thompson. Nesse fim-de-semana não aparecera por ali
com nenhuma tarte e não havia vestígios de nenhuma mulher lá em casa. Tammy
mencionou o caso às irmãs no carro quando regressavam à cidade. Tinham saído cedo no
domingo de manhã para evitarem o tráfego intenso do fim-de-semana.
— Pára de espiar o pai — repreendeu-a Candy. — Ele tem o direito de fazer o que quiser.
É um homem adulto.
— Não gostaria nada de vê-lo cair nas garras de alguma mulher interesseira, só porque o
pai se sente sozinho sem a mãe. Por vezes, os homens fazem isso — disse Sabrina com
uma preocupação genuína.
O pai parecia demasiado vulnerável nesse momento e estava assim desde o passado mês
de Julho. Mas pelo menos tivera as filhas consigo durante o Verão. Agora, qualquer uma
delas mal tinha tempo para sair e ir fazer-lhe uma visita. No entanto, estavam todas a
pensar ir passar também o Natal com o pai. O Dia de Acção de Graças foi agradável para
todos, apesar de sentirem a falta da mãe. As épocas festivas eram, de facto, bastante
duras nesse aspecto.
— Acho que o pai é demasiado esperto para ser enredado por alguma caçadora de
fortunas — tranquilizou-as Tammy, pois confiava bastante no pai.
— Espero bem que tenhas razão — respondeu Sabrina. Assim que chegaram a casa, Candy
foi trocar de roupa para sair.
— Onde é que vais? — perguntou-lhe Tammy, parecendo surpreendida.
— O Marcello convidou-me para ir a uma festa.
Candy fez referência a alguns colunáveis bastante conhecidos sobre quem Tammy já lera
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1