Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

naquela casa. Chris levara consigo dois copos e uma garrafa de champanhe que ele
mesmo comprou. Sabrina sorriu-lhe. Aquele tinha sido um ano terrível. Aconteceram
muitas coisas e fossem quais fossem as tragédias que lhes pudessem suceder, Chris estava
sempre ali. Este último ultraje com o pai foi apenas mais um acidente de percurso. Sabrina
sabia que podia contar com Chris para apoiá-la sempre, em qualquer circunstância.
E enquanto a beijava, Chris tirou um pequeno estojo do bolso, segurou Sabrina bem junto
de si, abriu a caixa com uma das mãos e enfiou-lhe um anel no dedo. A princípio, Sabrina
não percebeu o que ele estava a fazer, mas depois entendeu e baixou os olhos para ver.
Era um anel de noivado lindíssimo que Chris escolhera sozinho e saíra de um estojo da
TifFany. Há meses que Chris andava a planear aquilo.
— Oh, meu Deus, Chris, o que estás a fazer? — perguntou Sabrina, parecendo atónita.
Chris ajoelhou-se antes de responder e olhou para Sabrina com ar solene de baixo para
cima.
— Estou a pedir-te que cases comigo, Sabrina. Amo-te mais do que tudo na vida. Queres
casar comigo?
A medida que Chris ia fazendo o pedido, os olhos de Sabrina enchiam-se de lágrimas. Não
era nada disso que ela tinha em mente. Para ela era apenas mais um choque. E sofrera
demasiados num espaço de tempo muito curto. Desde a morte da mãe à cegueira de
Annie, a agressão que Candy havia sido vítima e agora o pai a querer casar com uma
rapariga com metade da idade dele que todas elas achavam ser uma pega — era
demasiado para si. Sabrina não estava preparada para casar com Chris. Não estava pronta.
Queria apenas passar aquele ano a tomar conta de Annie e a viver com as irmãs. E talvez
depois disso, ela e Chris pudessem retomar a sua antiga vida, mas sem se casarem. Ainda
não se sentia preparada para isso e talvez nunca se sentisse. Sabrina amava Chris, mas não
sentia necessidade de casar com ele. O que ambos tinham no momento era suficiente
para ela.
Sabrina tirou o anel do dedo e entregou-lho com lágrimas a escorrerem-lhe pelas faces e
com o coração partido.
— Chris, não posso aceitar. Nem sequer sou capaz de pensar com clareza no momento.
Aconteceu tanta coisa no passado ano. Porque temos de casar?
— Porque eu tenho trinta e sete anos e tu tens trinta e cinco, porque eu quero ter filhos
teus, porque já estamos juntos há quase quatro anos e porque não podemos esperar o
resto das nossas vidas para crescermos.
— Talvez eu possa — respondeu Sabrina com tristeza. — Eu amo-te, mas não sei o que
quero. Adorava o que tínhamos antes, cada um a viver no seu próprio espaço e a ficarmos
juntos sempre que queríamos. Sei que é uma grande confusão viver com as minhas irmãs
e eu amo-te. Mas não me sinto preparada para assumir esse tipo de compromisso para o
resto da minha vida. E se estragarmos tudo? Vejo pessoas no meu escritório todos os dias,
tal como nós, que achavam que estavam a fazer a coisa certa. Casaram, tiveram filhos e
depois tudo deu para o torto.
— Esse é o tipo de risco que todos corremos — afirmou Chris com uma expressão
angustiada no olhar. — Nunca existem garantias na vida. Tu sabes disso. Só tens que
respirar fundo, mergulhar de cabeça e fazeres o teu melhor.
— E se nos afogarmos? — perguntou Sabrina infelicíssima.

Free download pdf