Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

inteira. Tammy estava tentada a deixá-lo ir embora, mas tinha receio de que os índices de
audiência se ressentissem desse facto e depois os patrocinadores não iriam gostar nada.
Tammy voltou para o seu gabinete e tornou a esquecer-se de John Sperry. Chegou-lhe às
mãos algo sobre um programa especial para o Dia de São Valentim e quando Tammy viu
aquilo, pensou no pai. Ele ia casar-se no Dia de São Valentim e nenhuma delas falara com
o pai desde o dia a seguir ao Natal, quando ele lhes contou a novidade. Tammy não sabia
muito bem o que fazer. Não poderiam ignorá-lo para sempre, mas também ainda não
estava preparada para enfrentar Leslie nem o casamento deles. Nenhuma das irmãs
estava.
Tammy abordou o assunto nessa noite, ao jantar, lá em casa. Fez às irmãs a seguinte
pergunta:
— O que vamos nós fazer em relação ao pai?
Jim também não telefonara a nenhuma das filhas. Ficara obviamente magoado com a
reacção delas, e as raparigas estavam horrorizadas com o que o pai ia fazer. Todas elas
achavam que o pai estava a trair a mãe. Passaram-se cinco semanas desde que falaram
com ele pela última vez, coisa que nunca antes tinha acontecido.
— Talvez uma de nós devesse telefonar-lhe — sugeriu Sabrina, mas ninguém se ofereceu.
— Eu não quero ir ao casamento deles — declarou Candy, rapidamente.
— Nenhuma de nós quer — afirmou Tammy com um suspiro. — Aliás, como poderíamos?
Seria um acto de desrespeito para com a nossa mãe.
— Mas ele é nosso pai — disse Candy em voz hesitante.
— Porque não o levamos a almoçar a qualquer lado para conversarmos, ou então porque
não convidamos o pai a vir cá a casa? — sugeriu Annie em voz baixa.
Há semanas que também andava a pensar nisso. E a verdade é que todas elas sentiam
saudades do pai. Só não queriam a Leslie nas suas vidas, pelo menos não por enquanto e
talvez nunca, dependendo da maneira como ela se comportasse. Nenhuma delas estava
preparada para incluí-la na família. Era um terrível dilema, mas também não queriam
perder o pai.
—Já pensaram que eles podem vir a ter um bebé? — mencionou Sabrina e Tammy gemeu
em voz alta.
— Por favor. Estás a deixar-me agoniada — disse Tammy, infelicíssima.
No fim, após horas de discussão, as raparigas decidiram convidar o pai para ir lá a casa
tomar uma bebida. Seria menos desgastante do que sentarem-se num restaurante para
almoçar, com estranhos a rodeá-los por todos os lados. Na qualidade de filha mais velha,
decidiram entre elas que deveria ser Sabrina a telefonar ao pai. Esta mostrou-se hesitante
e nervosa quando ligou o número da casa de Connecticut. E se fosse Leslie a atender o
telefone?
O pai atendeu ao segundo toque e pareceu ter ficado tão feliz por ouvir a voz da filha, que
ela sentiu pena dele. Era óbvio que Jim também não queria perdê-las. E depois o pai
concordou em ir até à cidade no dia seguinte. Não se referiu a Leslie nem uma única vez.
Por breves momentos, Sabrina desejou que o pai tivesse mudado de ideias. Contudo,
sabia que se ele tivesse feito isso, ter-lhes-ia telefonado.
As raparigas chegaram todas mais cedo a casa para se encontrarem com o pai. E
repararam também que ele parecia nervoso quando chegou. Dirigiram-se juntos até à sala

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