Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

de estar e sentaram-se.
— Supomos que o pai sempre vai casar no Dia de São Valentim, não é verdade? —
começou Tammy por dizer, com uma réstia de esperança nos olhos que depressa se
apagou.
— Sim, vou. Na verdade, vamos de avião até Las Vegas para nos casarmos, o que parece
um tanto ou quanto estúpido. Mas eu sabia que nenhuma de vocês quer estar presente e
é demasiado cedo para fazer uma grande festa.
— É cedo de mais para casar — declarou Tammy e o pai fitou-a nos olhos.
— Não vão conseguir dissuadir-me, se foi por isso que me convidaram para vir até aqui. Eu
sei que vocês acham que é cedo, mas na minha idade não se tem muito tempo. Não há
razão nenhuma para nós esperarmos.
— Poderia ter esperado por nós — sublinhou-lhe Sabrina — e pela mãe.
— Seis meses fazem assim tanta diferença para vocês? — perguntou-lhes o pai. —
Aceitariam melhor a Leslie nessa altura? Não me parece que o fizessem. Além disso,
trata-se da nossa vida e não da vossa. Eu não interfiro nas vossas escolhas. Não digo à
Sabrina que ela deve casar-se, que o Chris é um óptimo rapaz e que ela deveria
apressar-se se quiser ter filhos. Não digo à Tammy que ela deve parar de trabalhar
naqueles programas malucos e que deve arranjar um homem decente. Nem digo à Candy
que ela precisa de voltar a estudar. Nem tão-pouco digo à Annie que ela precisa de
arranjar um emprego, mesmo sendo cega. Eu e a vossa mãe sempre vos respeitámos.
Nem sempre concordávamos com o que vocês faziam, mas deixámo-vos livres para
cometerem os vossos próprios erros e para tomarem as vossas decisões sozinhas. Agora
são vocês que precisam de dar-me espaço para eu fazer as minhas próprias escolhas.
Talvez o que eu vou fazer seja mesmo uma loucura. Talvez a Leslie me abandone passados
seis meses e arranje um homem mais novo, ou talvez nós sejamos felizes para o resto das
nossas vidas e ela me trate bem na velhice. No entanto, preciso de descobrir isso sozinho.
É isto que eu quero. Não é o que vocês querem, para vocês ou para mim, mas é o que eu
quero fazer e o que eu acho que preciso de fazer. Ela é uma boa mulher e nós
amamo-nos. E seja o que for que eu faça, ou não faça, de qualquer maneira a vossa mãe
nunca mais vai voltar. E ela foi o grande amor da minha vida. Mas morreu, e a verdade é
que eu não quero ficar sozinho. Não posso e não sou capaz. Sinto-me demasiado infeliz
sozinho. E a Leslie é uma boa companheira. Nós amamo-nos, muito embora seja um amor
diferente do que eu sentia pela vossa mãe. Então, porque não hei-de eu ter uma segunda
oportunidade?
As raparigas escutaram o pai sem o interromperem e parte do que ele disse fazia sentido.
Então, todas elas respiraram fundo em simultâneo e, sem dizer uma palavra, Candy
rodeou o pai com os braços e abraçou-o. Estava a pensar no que Paul dissera no avião,
sobre darem outra oportunidade a Leslie. O tempo o diria. Pelo bem do pai, Candy
esperava que Leslie fosse uma mulher honesta, quer gostassem dela, quer não. Para elas
continuava a ser demasiado cedo.
— Nós amamo-lo, pai — disse Tammy. — Só não queremos que cometa um erro, nem que
se magoe.
— Porque não? Isso acontece contigo. Com todos nós, aliás. Os erros fazem parte da vida.
Se for um erro enorme, telefono a Sabrina e ela há-de remediar o assunto.

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