Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

tremeu de frio quando Tammy saiu a correr do gabinete acenando à assistente e entrando
no elevador. Dois minutos mais tarde, já estava no automóvel rumo ao aeroporto LAX.
Teve tempo para fazer algumas ligações do seu telemóvel e mostrou-se aborrecida ao
verificar que os outros também haviam saído do escritório mais cedo para se prepararem
para o feriado do fim-de-semana. Quando já se encontravam mais ou menos a meio do
caminho para o aeroporto, não lhe restou outra coisa a fazer a não ser recostar a cabeça
no assento e relaxar. Tammy trouxera trabalho para fazer no avião. Só esperava que não
lhe calhasse um conversador no banco ao lado do seu.
A mãe sempre lhe lembrava que poderia conhecer o homem dos seus sonhos num avião?
Tammy sorriu só de pensar nessa ideia. Não andava à procura do Príncipe Encantado. O
Sr. Normal já seria óptimo, mas também não estava à procura desse. Não andava à
procura de ninguém naquele momento. A única coisa que queria era conseguir chegar ao
fim de mais uma temporada do programa e ser capaz de manter o nível das audiências
onde ele estava. Isso já era bastante difícil, em especial com a ratoeira que a estrela da
série lhe preparara, anunciando que estava grávida. Tammy ainda não sabia como iria
deslindar esse berbicacho. Teria que inventar qualquer coisa. Precisava fazê-lo. Tammy
sempre arranjava uma ideia qualquer que salvava a lavoura. Era famosa por isso.
Um serviço VIP estava à espera cá fora, assim que chegaram ao aeroporto, e a funcionária
de acolhimento reconheceu Tammy de imediato. Já antes haviam cuidado dela. A sua
assistente organizara tudo. Tomaram conta da bagagem e despacharam-na,
transportaram-lhe a pasta e comentaram que a sua cadela era um amor.
— Ouviste isso, Juanie? — comentou Tammy, curvando-se para beijar a chihuahua. — Ela
disse que tu és um amor. Pois és.
Juanita estremeceu em resposta ao comentário. Tammy enfiara uma camisola de
caxemira na mala junto ao animal e iria vestir-lha no avião. Ela queixava-se sempre de que
se poderia fazer cubos de gelo na cabine da primeira classe, tal era o frio com que
regulavam o ar condicionado. Também trouxera uma camisola de caxemira para si.
Sempre enregelava nos aviões. Provavelmente porque saltava algumas refeições e porque
nunca dormia o suficiente. Estava desejosa de poder dormir até tarde em casa dos pais,
nesse fim-de-semana. Havia alguma coisa naquela casa que a fazia sentir como se
estivesse de volta ao útero materno. Era o único lugar do universo onde se sentia amada e
protegida e não tinha de cuidar de mais ninguém. A mãe adorava mimá-las a toda a hora,
independentemente da idade que as filhas já tinham. Estava ansiosa por conversar com as
irmãs sobre o aniversário dos trinta e cinco anos de casamento dos pais, que seria no
próximo mês de Dezembro. Elas queriam dar uma grande festa em homenagem aos pais.
Duas das irmãs queriam fazê-lo em Connecticut e Tammy achava que deveriam dar uma
sofisticada festa de arromba num hotel de Nova Iorque. Afinal de contas, era uma data de
aniversário marcante.
O serviço VIP deixou-a na área de segurança e Tammy passou depois sozinha. Pegou em
Juanita ao colo quando passaram pelo detector de metais, ao mesmo tempo que a infeliz
cadelinha tremia que nem varas verdes, mas assim que passou para o outro lado, voltou a
pôr a cadela na mala. Além disso, Tammy ficou aliviada ao descobrir que não havia
ninguém ao seu lado no avião. Pousou a sua pasta no lugar ao lado do seu e puxou do seu
trabalho. Em seguida, vestiu a camisola a Juanita, uma vez que a cabine estava um gelo.

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