namorado novo seria séria ou não. Ela parecia gostar bastante dele e dizia que ele era
fantástico. Talvez não fosse fantástico o suficiente para casar. Annie contara vagamente a
Sabrina que ele iria regressar a Nova Iorque no final do ano. Sabrina calculou que talvez
essa fosse a única coisa que pudesse fazer com que Anniie abandonasse Florença. Adorava
aquele lugar, coisa que também preocupava Sabrina. E se ela nunca mais se mudasse da
Europa? Era ainda mais difícil ir a Florença do que a LA para visitar Tammy. Sabrina
detestava o facto de estarem todas agora tão dispersas pelo mundo. Sentia imensas
saudades das irmãs. Via Candy de vez em quando, sempre que ambas tinham tempo.
Sabrina fazia questão de convidá-la para almoçar ou para jantar, ou até mesmo para
tomar um café, mas quase nunca via as outras duas e tinha imensas saudades delas. Por
vezes, achava que sentia isso mais do que as outras. O seu elo com as irmãs e o sentido de
família era forte, mais forte do que a sua ligação com qualquer outra pessoa, até mesmo
com Chris, por mais que o amasse.
Telefonou-lhe do telefone do carro assim que entrou na auto-estrada. Chris acabara de
chegar a casa depois de ter ido jogar squash com um amigo e disse-lhe que estava
exausto, mas feliz por ter ganho.
— A que horas chegas amanhã? — perguntou ela.
Já estava com saudades dele. Sabrina sentia sempre saudades dele nas noites que não
passavam juntos, mas isso tornava ainda mais doces as noites que passavam um com o
outro.
— Devo chegar aí da parte da tarde, um pouco antes da festa. Pensei em dar-te algum
tempo para estares a sós com as tuas irmãs. Eu sei como vocês, raparigas, são. Sapatos,
cabelos, namorados, vestidos, trabalho, moda. Vocês têm muito que conversar.
Chris estava a provocá-la, mas não andava muito longe. Elas continuavam a parecer um
grupo de adolescentes quando se juntavam: riam, falavam e soltavam risadinhas, em geral
até tarde, na noite. A única diferença entre agora e o tempo em que eram garotas estava
no facto de fumarem e beberem enquanto conversavam; também eram muito mais gentis
para com os pais do que quando eram mais novas. Agora percebiam como eram felizardas
em tê-los por perto e como eles eram fantásticos.
Quando eram adolescentes, Sabrina e Tammy deram muitas dores de cabeça à mãe.
Candy e Annie foram mais fáceis e desfrutaram de uma liberdade que Tammy e Sabrina
lutaram por conquistar antes delas — e isso, em alguns casos, fora uma vitória, se bem
que difícil de conquistar. Sabrina sempre dizia que tinham dado muito trabalho à mãe,
mas que ela, por vezes, assumira posições duras e inflexíveis. Sabrina sabia que não devia
ter sido fácil criar quatro raparigas. A mãe fizera um excelente trabalho e o mesmo
aconteceu com o pai. No entanto, muitas vezes, ele deixava as decisões difíceis para a
mãe tomar e era frequente remetê-las para a mãe, o que sempre deixava Sabrina furiosa
com ele. Sabrina quisera o apoio do pai e ele recusava-se a meter-se no meio dos seus
conflitos. O pai não era um combatente, era apologista do amor. E assim a mãe era mais
directa, incisiva e mais propensa a ser impopular com as filhas, caso estivesse convencida
de que estava certa. Sabrina achava que ela fora muito corajosa e respeitava-a muito.
Esperava vir um dia a ser uma mãe assim tão boa, se conseguisse ter a coragem suficiente
para vir a ter filhos seus. Ainda não decidira — era uma daquelas decisões que resolveu
adiar por agora, tal como o casamento. Aos trinta e quatro anos, ainda não encontrara o
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1