Inclinou-se e beijou-a. Depois de quase trinta e cinco anos, continuavam muito
apaixonados e isso notava-se.
Tiveram o seu quinhão de discussões ao longo dos anos, apesar de nunca ter sido nada
sério. O seu casamento mantinha-se estável desde o dia em que se casaram. Por vezes,
Sabrina perguntava-se se era por isso que se mostrava tão renitente em casar. Não
conseguia imaginar-se com a mesma sorte e ter um casamento como o deles e não se
contentava com menos do que isso. Se havia alguém com boas probabilidades de ser um
bom marido, esse alguém era Chris, mas Sabrina não era capaz de imaginar-se a ser uma
esposa tão boa como a sua mãe sempre fora ao longo de todos aqueles anos. Para ela,
Jane Adams parecia ser a esposa perfeita e a mãe ideal. Sabrina dissera-lhe isso uma vez e
a mãe ficara atónita. Disse-lhe que tinha as mesmas inseguranças e os mesmos defeitos
como toda a gente. Atribuía a Jim todos os méritos pelo bom casamento que tinham e
achava que ele era o companheiro perfeito. Era bastante fácil ver isso em retrospectiva,
contudo, disse à filha que, quando se casou, também ela sentira medo. O casamento era
um passo muito importante, mas disse a Sabrina que achava que valia a pena todos os
riscos que era preciso correr.
— Conta-me então sobre o Charlie — insistiu Sabrina. — É a sério isso entre vocês? Vão
ficar noivos?
— Livra, não! — respondeu Annie com alguma frivolidade. — Pelo menos, ainda não. É um
óptimo rapaz, mas a nossa relação só dura há seis meses. Tenho vinte e seis anos e não
quero casar-me ainda. Primeiro tu. Como está o Chris?
— Está óptimo — respondeu Sabrina e depois distraíram-se todos com o pequeno
yorkshire-terrier de Candy a ladrar furiosamente para o basset. Beulah, com um ar
aterrado, escondeu-se debaixo de um arbusto, enquanto o yorkshire, usando um lacinho
cor-de-rosa, continuava a cercá-la.
Antes de partir, Candy parara para ir buscá-la onde a deixara. Sentira muito a sua falta
enquanto estivera em Paris e estava encantada por tê-la de volta.
— A minha cadela é uma medricas — disse Sabrina, rindo-se para ela. — Acho que ela tem
problemas de auto-estima
ou qualquer coisa do género. É muito neurótica. Tem tendência a ficar deprimida.
— Espera até ajuanita a atacar — disse Candy, soltando uma gargalhada. Até mesmo Zoe,
a yorkshire-terrier, tinha imenso medo dela.
— A propósito, como estava Paris? — perguntou-lhe Sabrina.
— Estava o máximo. Toda a gente ia para St. Tropez passar o fim-de-semana. Por mim,
prefiro estar aqui.
— Eu também — declarou Annie, radiante.
— Todas nós preferimos — disse Sabrina, sorrindo para os pais.
Tudo em seu redor parecia ser deveras idílico e tranquilo. Fazia-lhes lembrar a sua infância
e voltavam de novo a sentir-se seguras, amadas e protegidas. Sabrina sempre se sentira
feliz naquela casa.
Ficaram sentadas ao ar livre a conversar por mais uma hora e depois o pai foi deitar-se. A
mãe ia ficar a pé para esperar por Tammy. Queria estar acordada para lhe dar as
boas-vindas. Sabrina foi vestir o fato de banho e reuniu-se às irmãs na piscina. Mais tarde,
já perto da uma hora da noite, entraram em casa e vestiram as camisas de dormir. A mãe
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1